EUA investigam explosivos enviados a Obama e casal Clinton; CNN esvazia prédio em NY
As autoridades dos EUA investigam nesta quarta-feira (24) o envio de pacotes com explosivos direcionados a críticos do presidente norte-americano, Donald Trump.
A distribuição dos artefatos começou na segunda-feira e teve como alvos membros ou apoiadores do Partido Democrata --oposição do Partido Republicano, de Trump.
Segunda-feira (22):
1. George Soros, doador de campanha dos democratas, no estado de Nova York
Terça-feira (23):
2. Casa de Bill Clinton (ex-presidente dos EUA, democrata) e Hillary Clinton (adversária de Trump nas eleições de 2016), no estado de Nova York
Quarta-feira (24):
3. Escritório do ex-presidente Barack Obama (democrata) em Washington DC
4. John Brennan, ex-diretor da CIA e crítico de Trump. O pacote foi enviado à CNN - ele é colaborador da TV. Autoridades em NY confirmaram que o explosivo encontrado na CNN estava ativo - ou seja, com potencial explosivo. O pacote continha ainda um pó branco que será investigado.
5. Eric Holder, procurador-Geral da era Obama, era o destinatário de um envelope com explosivos postado com endereço errado. No endereço de "devolução em caso de impossibilidade de entrega", estava o endereço do escritório da deputada democrata Debbie Wasserman Schultz - onde o pacote foi interceptado.
6. Maxine Waters, deputada democrata, receberia um pacote que foi identificado no centro de triagem da correspondência do Congresso, em Capitol Heights, Maryland
Os pacotes não chegaram às mãos de Obama, nem dos Clinton, uma vez que foram interceptados pelos serviços de inteligência antes. Não há registros de explosões, nem de feridos.
Veja também:
- Governador de NY pede que políticos baixem o tom; Hillary pede união
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Por sua condição de ex-presidentes, toda a correspondência destinada às residências de Obama e Clinton é inspecionada por agentes do Serviço Secreto, que negou que tenha sido encontrada uma bomba endereçada à Casa Branca, sede do governo, como alguns veículos de imprensa local informaram mais cedo.
O governador de Nova York, o democrata Andrew Cuomo, também informou que um pacote com explosivos foi enviado para seu escritório, mas a suspeita foi logo descartada.
Os episódios acontecem duas semanas antes das eleições de meio de mandato, agendadas para 6 de novembro, que vão determinar se os republicanos mantêm o controle no Congresso.
Alvo comum
Em diferentes localidades dos Estados Unidos, os pacotes parecem ter um alvo em comum: membros e apoiadores do Partido Democrata, opositores ao presidente republicano Donald Trump. Hillary concorreu contra Trump nas eleições de 2016, e Bill Clinton governou o país de 1993 a 2001.
Devido à presença do artefato na sede da CNN, a emissora retirou funcionários do prédio que ocupa no Time Warner Center. A TV disse que o pacote tinha como destino o ex-diretor da CIA John Brennan, crítico ao governo Trump e colaborador frequente do canal.
Em entrevista coletiva, Donald Trump pediu união e condenou a violência política.
Mais cedo, a Casa Branca havia divulgado um comunicado, assinado pela porta-voz Sarah Sanders:
"Condenamos as violentas tentativas de ataque feitas recentemente contra o presidente Obama, o presidente Clinton, a secretária [de Estado] Clinton e outras figuras públicas. Esses atos aterrorizantes são desprezíveis, e os autores assumirão a responsabilidade de acordo com o máximo alcance da lei. O Serviço Secreto dos EUA e outras agências de segurança estão investigando e tomarão todas as ações apropriadas para proteger qualquer um ameaçado por esses covardes".
Leia o comunicado do Serviço Secreto americano, na íntegra:
O Serviço Secreto dos Estados Unidos interceptou dois pacotes suspeitos dirigidos a cidadãos protegidos pela instituição.
Na noite de 23 de outubro de 2018, o Serviço Secreto recuperou um pacote dirigido à ex-primeira-dama Hillary Clinton em Westchester County, Nova York. Na manhã de hoje, 24 de outubro de 2018, um segundo pacote, dirigido à residência do ex-presidente Barack Obama, foi interceptado por membros do Serviço Secreto em Washington, DC.
Os pacotes foram imediatamente identificados, durante o procedimento rotineiro de triagem de correspondências, como potenciais dispositivos explosivos e foram apropriadamente manipulados como tal. Ambos os pacotes foram interceptados antes de serem entregues ao local pretendido. Os protegidos não receberam os pacotes nem ficaram sob risco de recebê-los.
O Serviço Secreto iniciou uma completa investigação criminal que utilizará todos os recursos disponíveis em nível federal, estadual e local para determinar a origem dos pacotes e identificar os responsáveis.
*Com agências internacionais
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