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Ministro de Defesa de Israel renuncia após trégua em Gaza, critica Netanyahu e pede eleições

14.nov.2018 - Avigdor Lieberman explica renúncia ao cargo de ministro da Defesa de Israel - AP Photo/Ariel Schalit
14.nov.2018 - Avigdor Lieberman explica renúncia ao cargo de ministro da Defesa de Israel Imagem: AP Photo/Ariel Schalit

Do UOL, em São Paulo

14/11/2018 11h46

O ministro de Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, renunciou nesta quarta-feira (14) ao cargo após discordar do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyah, que acertou uma trégua em Gaza com os militantes do Hamas após a escalada do conflito na região.

Lieberman, ex-ministro das Relações Exteriores do governo Netanyahu, considerou a trégua uma "submissão ao terror" e disse que sua renúncia está baseada em diferenças irreconciliáveis com Netanyahu. Ele ainda retirou seu partido (Israel Beitenu) da coalizão do governo e pediu a antecipação das eleições, marcadas para novembro de 2019.

"Não posso seguir no meu cargo de ministro de Defesa, não posso olhar nos olhos das famílias do sul que vivem em mãos do Hamas. Israel Beitenu se retira imediatamente da coalizão", afirmou o ex-ministro.

Lieberman argumentou sua decisão em dois pontos: o primeiro foi a decisão de Netanyahu de permitir a entrada em Gaza de US$ 15 milhões para pagar salários de funcionários do Hamas, na semana passada, e a trégua acertada com as milícias após 48 horas de enfrentamentos, na terça.

"O que aconteceu ontem diante do Hamas é se render ao terror, não há outro nome para isso. O que estamos fazendo neste momento é tendo calma por curto tempo, mas com mais problemas no futuro", criticou.

Sobre a decisão de permitir a entrada de dinheiro em Gaza doado pelo Catar, afirmou que "é preciso entender onde vai parar". "Vai para as famílias dos terroristas, que a todo tempo estão tentando atacar Israel, nossos soldados e nossas famílias. Estamos dando aos terroristas dinheiro. Isto não pode continuar. Não há nenhum motivo para que os terroristas do Hamas sigam se sentindo tão cômodos e fazendo o que querem."

E pediu "o mais rápido possível", antes do próximo domingo, que seja estipulada "uma data para as eleições", e que o governo ponha fim à "submissão ao terror e à falta de clareza em assuntos de segurança".

Mesmo com a saída de Lieberman da coalizão e a perda das cinco cadeiras do Israel Beitenu, a coalizão de Netanyahu tem a maioria dos 61 deputados em um Parlamento de 120 membros.

Fontes do Likud, partido do premiê, declararam ao "Times of Israel" que o líder por enquanto cuidará da pasta de Defesa e asseguraram que "não há necessidade de realizar eleições neste momento com problemas de segurança".

*Com EFE