Kim pede a Putin que trabalhe em conjunto para resolver a questão nuclear

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, pediu hoje ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que trabalhem em conjunto para explorar formas de resolver o problema da desnuclearização da península coreana.

Eles estão na primeira cúpula entre as duas nações, que está ocorrendo em Vladivostok, no extremo oriente russo. Os temas a serem abordados incluem a desnuclearização da península coreana, os laços bilaterais e a cooperação regional.

"A situação na península coreana é de grande interesse para toda a comunidade internacional. Espero que nossas conversas sejam um evento importante para avaliarmos essa situação em conjunto, trocarmos pontos de vista sobre a situação e como resolver esse problema juntos", disse o líder norte-coreano a Putin, no início do encontro.

Kim chegou às 14h10 (horário local, 1h10 de Brasília) ao edifício "S" do campus da Universidade Federal do Extremo Oriente, na Ilha Russky, onde acontece a cúpula.

Antes, Putin expressou sua confiança em que a cúpula com Kim permitirá não apenas desenvolver as relações bilaterais, mas também contribuir para a solução pacífica da questão nuclear na península coreana.

"Agradecemos seus esforços para desenvolver o diálogo intercoreano e normalizar as relações entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos", disse Putin a Kim.

Putin expressou seu desejo de que a visita de Kim "sirva para desenvolver as relações bilaterais" e também para "melhor entender como podemos resolver a situação na península coreana, que podemos fazer juntos, o que a Rússia pode fazer para apoiar os processos positivos que estão acontecendo agora".

Agenda

O líder norte-coreano foi recebido na entrada com um aperto de mão de Putin, que tinha chegado 20 minutos antes ao local da cúpula, após o qual os dois líderes passaram a cumprimentar as duas delegações.

Os dois líderes farão primeiro uma reunião bilateral e, em seguida, realizarão um encontro ao lado de suas respectivas delegações.

Esta é a primeira cúpula entre os dois líderes. Kim já se reuniu quatro vezes com o presidente chinês, Xi Jinping, três com o sul-coreano, Moon Jae-in e dois com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas nunca com Putin, desde que chegou ao poder na Coreia do Norte, em 2011.

A cúpula é realizada depois do fracasso da reunião entre Kim e Trump, em Hanói (Vietnã), no final de fevereiro.

A reunião é uma boa oportunidade para Kim conseguir apoio mais sólido de Putin para proposta de desnuclearização gradual acompanhada de um levantamento progressivo de sanções, uma oferta rejeitada por Washington na recente cúpula em Hanói.

A Casa Branca defende o chamado "grande acordo", que propôs na capital vietnamita, e isso envolve a eliminação de todos os programas de armas norte-coreanos, além do atômico, antes de relaxar qualquer sanção.

Putin pede a desnuclearização da península coreana e, portanto, apoiou as sanções no Conselho de Segurança toda vez que aconteceram testes em Pyongyang, mas ao mesmo tempo, apoia o desarmamento passo a passo e oferece garantias de segurança a Kim.

Os dois líderes não esperam fazer declarações no final da cúpula, nem assinar acordos, de acordo com o Kremlin.

* Com agências internacionais