Topo

Esse conteúdo é antigo

Em meio a conflito entre EUA e Irã, Bolsonaro diz que pode não ir a Davos

O presidente Jair Bolsonaro reza na Catedral de Brasília   -  Sérgio Lima - 5.jan.20/AFP
O presidente Jair Bolsonaro reza na Catedral de Brasília Imagem: Sérgio Lima - 5.jan.20/AFP

Antonio Temóteo e Luciana Amaral

Do UOL

06/01/2020 17h52Atualizada em 06/01/2020 20h09

Resumo da notícia

  • Ao citar motivo para rever viagem, presidente afirmou que "o mundo tem seus problemas de segurança"
  • Fórum Econômico Mundial acontece entre 21 e 24 de janeiro na Suíça
  • Segundo Bolsonaro, ele também foi aconselhado a não viajar tanto para economizar gastos
  • Ida à Índia no fim do mês, porém, "está mais do que de pé", de acordo com o presidente

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje haver a possibilidade de não ir ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, por questão de segurança após os embates recentes entre os Estados Unidos e o Irã. A tensão entre os dois países — além do Iraque — se agravou com a morte do general iraniano Qassim Suleimani, assassinado durante um ataque norte-americano na capital iraquiana.

Apesar de cogitar a reavaliação da viagem, o presidente não afirmou diretamente que o motivo é o risco de atentado no evento que reúne políticos, investidores e personalidades da elite mundial.

"Existe a possibilidade de não ir. [...] Vou dar mais uma dica: o mundo tem seus problemas de segurança. Pode ser [arriscado] de acordo com o que acontecer até lá. A gente acompanha diariamente via GSI [Gabinete de Segurança Institucional], Abin [Agência Brasileira de Inteligência], Polícia Federal, outra fontes, o que está acontecendo no mundo", disse.

O Fórum Econômico está marcado para acontecer entre 21 a 24 de janeiro. Bolsonaro participou do evento no ano passado.

"O general [Augusto] Heleno só não dorme comigo", disse, ao se referir a conversas constantes com o ministro do GSI sobre o assunto. Para o presidente, sua ausência não afetará possíveis investimentos estrangeiros no Brasil.

Indagado se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exagerou no ataque que matou Suleimani e nas declarações contra o Irã, Bolsonaro voltou a exaltar o bom relacionamento que afirma manter com o americano e disse não tecer qualquer crítica a Trump.

O presidente brasileiro também reafirmar que não aceitará a presença de terroristas no Brasil nem a prática de ações semelhantes. "Nós aqui não podemos coadunar com qualquer política terrorista existente no mundo", disse.

Viagem a Índia está mantida, afirma presidente

Por outro lado, a viagem de Bolsonaro para a Índia, prevista para o final deste mês, está "mais do que de pé", segundo ele. Inicialmente, a ideia era que o presidente fosse para a Índia diretamente da Suíça. Uma visita oficial a um segundo país ainda está sendo avaliada pelo governo brasileiro.

Bolsonaro disse que recebeu a recomendação de não viajar tanto também para economizar gastos no cartão corporativo. Ele disse ter gastado R$ 8 milhões em 2019 em um dos cartões — em outro, alega ter usado nada. O valor serve para cobrir viagens internacionais, combustíveis, alimentação, trabalho do Escalão Avançado e manutenção do Palácio da Alvorada, residência oficial onde mora em Brasília.

Mesmo assim, disse que seus gastos compensam os investimentos gerados no Brasil em decorrência das viagens. Como exemplo, citou a Arábia Saudita, cujo governo anunciou a intenção de injetar US$ 10 bilhões por meio de fundos soberanos, com foco na agroindústria.

Multidão presta homenagens a Suleimani no Irã

AFP