Filho de George Floyd agradece protestos e pede que eles sejam pacíficos
Quincy Mason Floyd, um dos filhos de George Floyd, morto após uma ação da polícia em Minneapolis, nos Estados Unidos, disse estar tocado com as manifestações antirracismo e demonstrações de carinho, mas pediu que os atos não tenham violência.
"Todo mundo está saindo e mostrando amor a ele. Eu amo isso. Meu coração está realmente emocionado com tudo isso", disse ele ao canal KBTX.
Quincy vive no Texas há mais de 15 anos e não via o pai desde que era pequeno. Ele só soube de sua morte depois que as notícias começaram a circular na televisão.
"Eu não reconheci quem era até que minha mãe me ligou e me disse. Ela perguntou: 'Você sabe quem era aquele cara?' Eu disse que não. Ela disse: 'Esse é o seu pai.' Eu chorei. Faz muito tempo que não o vejo", disse ele.
Quincy participou ontem de uma manifestação do Black Lives Matter (vidas negras importam, em tradução literal) no centro de Bryan, ao lado de uma das irmãs. Eles elogiaram o caráter pacífico do ato e falaram sobre a violência que se desenrolou em outras cidades.
"(Violência) Não vai resolver nada. Meu pai está em paz e temos que ser os únicos a lidar com todo esse estresse", analisou.
Protestos contra o racismo
Milhares de pessoas protestaram mais uma vez ontem em várias cidades dos Estados Unidos contra o racismo e a violência policial, em mais uma jornada marcada por distúrbios.
A revolta provocada pela morte de Floyd, um cidadão negro de 46 anos, por um policial branco se propagou por todo o país.
Diante da Casa Branca, em Washington, a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes que desafiaram o toque de recolher imposto na capital.
Para evitar novos distúrbios, milhares de soldados da Guarda Nacional foram mobilizados em 15 estados e em Washington.
O toque de recolher foi decretado em outras cidades, incluindo Houston e Los Angeles. Em Saint Paul, cidade próxima a Minneapolis, epicentro do movimento, milhares de pessoas protestaram contra o racismo na tarde de ontem e exigiram que todos os policiais envolvidos na morte de Floyd sejam responsabilizados.
No momento, apenas um deles, Derek Chauvin, foi preso e acusado de homicídio não intencional. Chauvin é o agente que aparece no vídeo da prisão de Floyd. A gravação mostra como ele coloca o joelho no pescoço de Floyd por vários minutos, enquanto a vítima, imobilizada de cabeça para baixo, reclama de não conseguir respirar.
Demissões em Atlanta
A prefeita de Atlanta, Keisha Lance Bottoms, confirmou que dois policiais foram demitidos e outros três foram colocados fora de serviço por uso excessivo da força em um incidente envolvendo dois estudantes universitários durante os protestos.
A decisão foi tomada ao lado da chefe de polícia Erika Shields depois de uma revisão de imagens gravadas.
"O uso de força excessiva nunca é aceitável", disse Bottoms a repórteres. A polícia identificou os policiais demitidos como o investigador Ivory Streeter, contratado em dezembro de 2003, e o investigador Mark Gardner, contratado em agosto de 1997.
* Com informações das agência AP e AFP
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