Inglesa cega é empurrada em loja ao não manter distância mínima do agressor
Uma mulher cega foi empurrada por um cliente de uma loja em Margaret, na Inglaterra, por não respeitar uma distância mínima a ele. Linda Johnsson explica que não consegue medir distância das pessoas e que, desde o incidente, precisa "se preparar psicologicamente" para sair e comprar itens essenciais.
A mulher, de 46 anos, tem a visão severamente limitada e conta com a ajuda de um cão-guia. Porém, a cadela dela, Iggy, não é treinada para ficar em filas. "Uma fila para a Iggy não é nada, é um obstáculo — ela vai me levar para frente."
A dificuldade de compreender filas é um problema que ficou ainda maior para Linda, com as medidas de distanciamento social para prevenção do novo coronavírus. Ela contou ao site Kent Online que é este o momento em "que começa o abuso e a agressão".
Linda estava em uma loja na cidade quando sentiu um empurrão, por não estar se distanciando socialmente. Ela disse que recebeu instruções de onde deveria ir, mas "quando você tem visão limitada ou nenhuma visão, 'lá' não significa nada."
Dois funcionários do local tentaram "acalmar as coisas", mas Linda se sentia tão "ansiosa e desconfortável" que decidiu ir embora do local.
Além do empurrão sofrido na loja, Linda diz ter sido xingada de "ignorante" na fila de um banco. As ofensas aconteceram após Iggy levá-la direto a porta de entrada — como é treinada para fazer — ao invés de pegar a fila para entrar no local.
Para Linda, fazer compras é uma atividade assustadora durante a pandemia. "Não consigo ver o quão perto estou das pessoas. É realmente perturbador quando as pessoas reagem dessa maneira."
David Clarke, diretor do The Royal National Institute of Blind People (Instituto Nacional de Pessoas Cegas, em tradução livre), contou ao site The Sun que a experiência de Linda não tem sido uma exceção.
"Algumas pessoas com perda de visão foram confrontadas por transeuntes porque não conseguiram manter distância, enquanto outras estão tão nervosas em quebrar as regras que perderam a confiança e não querem sair de casa", explicou.
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