Secretario diz que Bento XVI esperava viver poucos meses quando renunciou
Colaboração para o UOL
07/04/2021 07h37
O arcebispo Georg Gänswein, secretário do Papa emérito Bento XVI, falou recentemente sobre a renúncia do ex-líder da igreja católica, que ocorreu em 2013. Georg comentou que, naquela época, Bento esperava viver por apenas mais alguns meses.
"Parecia para ele e para mim, posso confessar aqui, que ele tinha apenas alguns meses de vida, mas não oito anos", disse Georg em um congresso psiquiátrico austríaco. A declaração foi revelada inicialmente pelo jornal alemão Die Tagepost.
Georg disse que "tudo mudou" depois da renúncia e comentou que atualmente Bento XVI vive bem, aos 93 anos. Ele inclusive já se vacinou contra a covid-19.
Mas de acordo com o arcebispo, o papa emérito está preocupado com a pandemia e os "efeitos colaterais", como os danos psicológicos, causados pelo confinamento e pelas restrições. Segundo Georg, Bento XVI entende que é preciso discutir, por exemplo, os "números alarmantes de suicídios".
O secretário de Bento também comentou sobre "sérias dissidências" dentro da igreja católica, entre "conservadores" e "progressistas". Ele admitiu que as diferenças cresceram nos últimos anos e afirmou que a igreja é composta de "santos e criminosos".
Segundo ele, às vezes os "santos" não reconhecem os "criminosos" - e usou como exemplo a boa relação entre o Papa João Paulo II e o padre Marcial Maciel, fundador da congregação dos Legionários de Cristo, que foi declarado culpado por inúmeros abusos.