Obama elogia decisão sobre caso Floyd, mas alerta: "Não podemos descansar"
Após julgamento do caso George Floyd, homem negro que morreu asfixiado em abordagem feita por um policial branco, em Minneapolis (EUA), o ex-presidente americano, Barack Obama, reagiu à decisão dizendo que o júri "fez a coisa certa", mas alertou que a "verdadeira justiça exige muito mais" e que sentença não é o suficiente.
O ex-policial Derek Chauvi foi condenado por assassinato não intencional em segundo grau, assassinato em terceiro grau e homicídio culposo. A promotoria decidiu revogar a fiança para o crime de homicídio culposo. O ex-policial saiu do tribunal algemado.
"Por quase um ano, a morte de George Floyd sob o joelho de um policial repercutiu em todo o mundo —inspirando murais e marchas, provocando conversas em salas de estar e nova legislação", disseram Barack Obama e a mulher, Michelle Obama, em comunicado conjunto. "Mas uma questão mais básica sempre permaneceu: a justiça seria feita? Nesse caso, pelo menos, temos nossa resposta. Mas se formos honestos conosco mesmos, sabemos que a verdadeira justiça envolve muito mais do que um único veredicto em um único julgamento", acrescentaram.
"Embora o veredicto de hoje possa ter sido um passo necessário no caminho para o progresso, estava longe de ser suficiente. Não podemos descansar. Precisaremos levar adiante as reformas concretas que irão reduzir e, em última instância, eliminar o preconceito racial em nosso sistema de justiça criminal. Precisamos redobrar os esforços para expandir as oportunidades econômicas para as comunidades que foram marginalizadas por muito tempo", concluíram.
Floyd, de 46 anos, foi morto por policiais brancos que, mesmo após ouvir apelos da vítima de não conseguir mais respirar, não diminuíram a intensidade do ato. Ele morreu após um dos agentes ficar com o joelho em seu pescoço por cerca de 9 minutos. Na época, vídeos mostrando a abordagem policial viralizaram pelas redes sociais.
A sentença de Derek Chauvin deve ser anunciada em oito semanas. Segundo o juiz Peter Cahill, que leu o veredito, os argumentos do ex-policial serão analisados "dentro de uma semana", mas há outras etapas técnicas como a solicitação de um relatório de investigação pré-sentença.
Somadas as condenações, Chauvin pode ficar preso por até 75 anos. Só a condenação por homicídio não intencional em segundo grau tem pena máxima de até 40 anos, segundo informações da CNN dos EUA.
Na semana passada, o ex-policial Chauvin decidiu não testemunhar em seu próprio julgamento alegando o direito contra a autoincriminação.
Os promotores do caso convocaram quase 40 testemunhas durante as duas primeiras semanas do julgamento, iniciado no dia 29 de março, incluindo peritos médicos, policiais da ativa e aposentados e o funcionário da loja que recebeu o dinheiro falso de Floyd.
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