'Estou feliz por sair', celebra mineiro resgatado em mina da Vale no Canadá
Até hoje de noite, haviam sido resgatados 35 dos 39 mineiros presos em uma mina da Vale em Ontário, no Canadá. Sem ferimentos, eles comemoraram o sucesso de dois dias de trabalhos de salvamento.
"Estou feliz por sair e estar de volta, na superfície", disse Henry Bertrand em entrevista à rede de televisão canadense CTV News.
No domingo, 39 funcionários mineiros ficaram entre 900 e 1.200 metros de profundidade na mina Totten, após uma pá escavadeira ter se desprendido, bloqueando um acesso e indisponibilizando o elevador utilizado como meio de transporte dos empregados.
Os funcionários começaram a ser retirados em uma escalada cansativa e arriscada. Durante todo o tempo em que estiveram lá embaixo, Bertrand conta que ele e os colegas se divertiam para passar o tempo.
"Há muitos caras legais lá, então fazíamos piadas, falávamos de várias coisas", diz. Ele ficou preso a cerca de 650 metros abaixo do solo com mais três colegas. Por estar mais perto da superfície, foi um dos primeiros resgatados. Sua retirada levou duas horas.
Alguns caras [da equipe de resgate] desciam e subiam o tempo todo. Era inacreditável o que eles estavam fazendo. Sou tão grato a eles."
Bertrand conta que eles receberam todo o auxílio das equipes de resgate, inclusive com envio de comidas e medicamentos.
Ele e os outros três conseguiram compartilhar a comida que tinham até que o resgate levou mais suprimentos. "Finalmente as equipes desceram e nos trouxeram algumas barras de chocolate e essas coisas para que tivéssemos algo diferente. Mas não era tão ruim", afirmou.
A parte mais complicada, segundo ele, foi a subida. Todos saíram da mina por meio de um sistema de escada de saída secundária, devido a danos no eixo da saída primária, que a tornaram inoperante.
O cansaço obrigou os trabalhadores a pararem para descansar diversas vezes. "A cada 20 pés (cerca de 6 metros) havia um local onde poderíamos parar para descansar e recuperar o fôlego."
Assim que souberam o que havia acontecido, os trabalhadores buscaram se reunir em locais seguros da mina, onde tinham acesso a comida, água, iluminação e até telefones.
"Não foi um desmoronamento ou algo parecido, ninguém estava em perigo", esclareceu Bertrand à Canadian Press.
"Estávamos num lugar de refúgio e é basicamente como um espaço normal, tinha um telefone e coisas desse tipo. A comunicação era muito fácil", contou Remi Larose, outro mineiro entrevistado pela CTV News.
Eu me comunicava o tempo todo com outros mineiros para ver como eles estavam. Por sorte ninguém estava ferido."
"Éramos quatro no refúgio e falávamos com nossas famílias, dávamos atualizações a cada algumas horas. Por sorte conseguimos fazer isso."
Os mineiros são unânimes em dizer que não ficaram traumatizados pelo episódio e estão prontos para voltar ao trabalho assim que forem liberados.
"Há perigo em tudo o que você faz, só tem que fazer da forma mais segura possível", completa Larose.
* Com Estadão Conteúdo
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