Imagens de satélite mostram construção de vala comum em Bucha, na Ucrânia
Imagens de satélite mostram que houve a construção de uma vala comum com quase 14 metros de comprimento no terreno de uma igreja em Bucha, cidade localizada a noroeste de Kiev, na Ucrânia. O município foi recapturado por forças ucranianas. Após a saída dos russos, fotos de pelo menos 20 corpos espalhados por uma rua foram divulgadas.
As imagens são da empresa Maxar Technologies, que divulgou uma foto do dia 10 de março e outra do dia 31 de março. Na comparação entre as duas, é possível observar que foram cavadas valas ao norte da igreja.
Em entrevista ontem, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de cometer um "genocídio" no país. "Isto é genocídio. A eliminação de toda a nação e do povo", disse Zelensky ao programa Face the Nation, do canal CBS, de acordo com uma transcrição divulgada pela emissora.
O prefeito de Bucha, Anatoly Fedoruk, afirmou à AFP que cerca de 300 moradores foram mortos durante a ocupação. Já segundo a procuradora-geral ucraniana, Iryna Venediktova, ao todo foram encontrados corpos de 410 civis nos territórios da região de Kiev ocupados pelos russos, sendo que 140 foram examinados pelos peritos forenses.
Em um post no aplicativo de mensagens Telegram, o Ministério da Defesa da Rússia classificou como "fake news" as denúncias de supostas atrocidades cometidas pelos militares do país e tachou as imagens e fotografias de corpos de "mais uma provocação" do governo ucraniano. Hoje, a Rússia ainda afirmou que as fotos foram "encomendadas" pelos Estados Unidos.
Moscou pediu uma reunião do Conselho de Segurança da ONU *(Organização das Nações Unidas hoje para discutir o tema. Em ocasiões anteriores, o Kremlin sempre negou que suas forças tenham civis como alvo.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse hoje que a descrição da Ucrânia sobre o que aconteceu na cidade de Bucha era um "ataque falso" com o objetivo de incriminar Moscou, informou a agência de notícias Tass.
Lavrov disse que os corpos foram "encenados" e que as imagens deles e o que ele disse que era uma versão falsa dos acontecimentos na Ucrânia tinham sido divulgados nas mídias sociais por países ocidentais e pela Ucrânia.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu ao G7, grupo que reúne sete das maiores economias do mundo, que imponha novas sanções "devastadoras" a Moscou. Ele disse já ter pedido ação ao TPI (Tribunal Penal Internacional).
* Com informações da AFP
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