Chefe de gabinete de Trump agiu para anular eleições após derrota, diz TV
Mais de duas mil mensagens do celular de Mark Meadows - então chefe de gabinete do ex-presidente norte-americano Donald Trump - mostram que aliados mais próximos do republicano atuaram para descredibilizar o processo eleitoral após a derrota para o democrata Joe Biden. O conteúdo foi obtido pela TV norte-americana CNN e corresponde ao período eleitoral até a posse do rival.
As mensagens foram obtidas depois que Meadows entregou seu celular ao comitê da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, que envolve senadores e deputados. O colegiado investiga o episódio da invasão do Capitólio, no dia 6 de janeiro de 2021, por parte de extremistas que contestavam a derrota de Trump nas urnas.
O conteúdo no celular de Meadows mostra que até mesmo alguns aliados de Trump se surpreenderam com o que aconteceu no Capitólio. Muitos procuraram o chefe de gabinete para tentar acabar ou diminuir o ímpeto da manifestação, que se tornou invasão.
Quando respondia às mensagens, Meadows dizia apenas coisas genéricas, tais como "o presidente está tentando resolver isso", diz a CNN. Barry Loudermilk, um deputado republicano pelo estado da Geórgia, chegou a dizer que a invasão em nada ajudava na causa do partido.
Depois das proporções tomadas no episódio do Capitólio, ao mesmo tempo em que Meadows ignorava congressistas e aliados de Trump contrários à invasão, outros atores políticos já organizavam a narrativa, para que o então presidente não fosse responsabilizado, segundo a TV norte-americana.
O chefe de gabinete foi associado, como protagonista, a diversas teorias e alegações falsas de fraude. Além disso, ele teria organizado não apenas as ideias, mas falado diretamente com militantes, parlamentares e até apresentadores do canal Fox News, conhecido por ter uma linha conservadora e por apoiar os republicanos.
A presidente do Partido Republicano no Arizona, Kelli Ward, chegou a oferecer supostas evidências das fraudes eleitorais, que até hoje não têm evidências substanciais.
As alegações de supostas fraudes tiveram início antes mesmo de a eleição ocorrer. Mark Meadows já discutia estratégias e argumentos para utilizar em caso de derrota.
As mensagens ainda mostram que no dia seguinte ao pleito, que ocorreu no dia 3 de novembro, o então secretário de Energia do governo Trump, Rick Perry, e o filho de Trump, conversaram com ele para discutir ideias de como dar um golpe e ignorar o resultado, que nem havia saído, já que somente no dia 7 foi confirmada a vitória de Joe Biden.
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