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Peixe-lagarto? Suíça acha fóssil que pode ter sido do maior animal do mundo

Ictiossauros eram maiores até do que as atuais baleias azuis - Nobumichi Tamura/Handout
Ictiossauros eram maiores até do que as atuais baleias azuis Imagem: Nobumichi Tamura/Handout

Do UOL, em São Paulo

28/04/2022 14h04Atualizada em 29/04/2022 09h30

Cientistas da Universidade de Bonn, na Alemanha, descobriram um ictiossauro de 205 milhões de anos, nos Alpes, na Suíça. Segundo os pesquisadores, o animal podia ter espécimes que ao menos se equiparam à baleia azul (que pode chegar a medir 30 m) e vivia em locais como o oceano Pantalássico em torno do Pangea, durante o período Triássico Superior. O achado de novos fósseis, incluindo o maior dente já encontrado de ictiossauro, aponta que este é o maior já encontrado, certamente superando a marca de 20 m de comprimento.

O ictiossauro, que tem características de répteis e de peixes, foi identificado originalmente quando fósseis foram achados entre os anos de 1976 e 1990, em rochas com altitude de mais de 2.700 metros. Apesar da altitude curiosa, o local antigamente abrigava o fundo de um grande lago, como revela um novo estudo, publicado hoje no Journal of Vertebrate Paleontology.

Essa espécie de animal foi extinta há 90 milhões de anos, antes mesmo da colisão do asteroide que eliminou os dinossauros, segundo o tabloide britânico Daily Star.

O doutor Martin Sandler, da Universidade de Bonn, afirmou que é possível haver mais restos mortais de criaturas marinhas "gigantes" escondidas sob as geleiras.

ictiossauro - Divulgação/Revista de Paleontologia de Vertebrados - Divulgação/Revista de Paleontologia de Vertebrados
Escavação para achar animal foi feita em rochas com altitude de 2.700 metros
Imagem: Divulgação/Revista de Paleontologia de Vertebrados

A descoberta deve superar dois outros achados paleontológicos: um ictiossauro do Canadá chamado Shonisaurus sikanniensis, que tinha 21 metros de comprimento, e um "dragão do mar" jurássico de 25 metros de comprimento, que percorria a costa britânica na mesma época.

Sandler contou que o tamanho do animal é uma vantagem seletiva, e que apenas três grupos de animais pesavam de 10 a 20 toneladas, e os ictiossauros estão entre eles. "Havia apenas três grupos de animais que tinham massas superiores a 10-20 toneladas métricas: dinossauros de pescoço comprido, baleias, e os ictiossauros gigantes do Triássico.

Só a raiz do dente do animal é duas vezes mais larga que o recorde anterior de outro ictiossauro, que tinha 15 metros do nariz à cauda. O tamanho exato do espécime do fóssil encontrado ainda está em investigação, mas o tamanho empolgou os cientistas.

Por causa do tamanho do bicho, Martin afirmou que deveria se saber mais sobre eles. "É um grande constrangimento para a paleontologia que saibamos tão pouco sobre esses ictiossauros gigantes, apesar do tamanho extraordinário de seus fósseis".

Além da estatura, os ictiossauros tiveram um importante salto evolutivo na reprodução: ao invés de botarem ovos, começaram a dar a luz a filhotes vivos. Por se parecerem com um peixe, eles podiam chegar a velocidades de até 35,4 km/h.

Dr. Heinz Furrer, curador aposentado do Museu Paleontológico da Universidade de Zurique, comemorou o achado. "É o ictiossauro mais longo do mundo, com o dente mais grosso encontrado até hoje e a maior vértebra do tronco da Europa".

Em janeiro deste ano, um outro fóssil de ictiossauro foi encontrado em Midlands, no Reino Unido. Ele tinha cerca de 180 milhões de anos de idade e 10 metros de comprimento, com direito ao crânio pesando uma tonelada.