'Tiraram meu filho de mim e o mataram', diz mãe que perdeu guarda de bebê
Depois de vivenciar um relacionamento abusivo e de ser separada de seus dois primeiros filhos, sob a alegação de não ter condições para proteger as crianças e de dar o que elas precisavam, Laura Corkill vivenciou um novo trauma, dessa vez ao ter um filho recém-nascido tirado de seus braços e levado para adoção, ainda no hospital.
Em entrevista à BBC, Corkill falou pela primeira vez sobre sua batalha para reaver a guarda do filho, Leiland-James, até descobrir que a criança foi brutalmente assassinada pela mãe adotiva, que espancou o bebê devido ao fato de ele chorar. "Tiraram meu filho de mim e então o mataram".
Segundo relatou, durante a gestação ela já havia recebido a visita de assistentes sociais em sua residência, localizada no Condado de Cumbria, na Inglaterra, e foi assegurada de que seu filho não seria levado para adoção. Porém, ao dá à luz a criança no Natal de 2019, o bebê foi levado do berçário por assistentes sociais, sem aviso.
Desde então, Laura deu início a uma batalha para conseguir o direito de criar o filho e contou com a ajuda da instituição Womens Out West. Depois de um tempo, a mãe biológica conseguiu o direito de visitar o filho e ficar com ele quatro vezes por semana, pelo tempo de uma hora e meia por dia, mas sempre acompanhada por algum assistente social.
Segundo contou, ela chegou a pedir que o tempo fosse estendido para duas horas, mas "eles não aceitaram". Em março de 2020, quando o mundo começou a entrar em confinamento devido à pandemia de coronavírus, Corkill ficou impossibilitada de visitar o bebê, pois o lar de adoção de Cumbria fechou as portas por causa da doença. Em agosto daquele mesmo ano, a criança foi entregue para adoção ao casal Laura e Scott Castle.
Laura Corkill tinha o direito de conhecer os pais adotivos de Leiland-James, mas sempre o encontro era desmarcado ou adiado, e ela começou a suspeitar de que algo estava errado. Em janeiro de 2021, a criança deu entrada em uma unidade hospitalar. À época, a mãe adotiva disse que Leiland-James havia caído do sofá, mas foi constatado que, na realidade, ela havia agredido a criança. Segundo os patologistas, a vítima sofreu "traumatismo craniano abusivo".
Ao descobrir que o filho estava no hospital, Corkill tentou ir ao encontro da criança, mas o Conselho do lar adotivo demorou a informar em qual unidade ele havia sido internado. Quando finalmente descobriu e chegou ao local, ela soube da morte de Leiland-James.
"Eu disse que quem estava com ele o matou. O cirurgião me disse: 'Nós suspeitamos disse e o caso foi para investigação assim que Leiland-James foi para o hospital'", declarou a mãe biológica à BBC.
As autoridades abriram uma investigação e encontraram mensagens no celular de Laura Castle em que ela admitia ter batido em Leiland-James porque ele era uma "cria do diabo". Na mensagem de texto, a mãe adotiva dizia que não gostava do bebê porque "ele é um saco cheio de gemidos".
Laura Castle foi presa em maio deste ano e sentenciada a 18 anos de prisão. Seu marido, Scott, foi inocentado, pois disse em depoimento que estava dormindo no momento das agressões, porque trabalhara na parte da noite.
Agora, a mãe biológica cobra que o Conselho de Cumbria também seja responsabilizado pela morte de seu filho.
"Por que eles o colocaram lá? Por que demoraram tanto para descobrir as agressões? Eles deveriam ter cancelado o pedido de adoção. Perdi a conta de quantas vezes pedi meu bebê de volta. É como se eu tivesse sido varrida da face da terra. Quando ele chegou em casa, estava em uma caixa de madeira", afirmou ela.
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