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Pai e 'muito querido': quem era carioca espancado e morto em bar de Lisboa

Jefferson entrou em discussão com homem romeno e foi expulso de balada, sendo espancado até a morte em calçada - Reprodução/Vakinha
Jefferson entrou em discussão com homem romeno e foi expulso de balada, sendo espancado até a morte em calçada Imagem: Reprodução/Vakinha

Do UOL, em São Paulo

28/07/2022 15h27Atualizada em 28/07/2022 15h27

Jefferson Terra Pinto, 33, morto na madrugada de domingo (24) em frente a um bar no Parque das Nações, em Lisboa, nasceu na Cidade de Deus, na zona oeste do Rio de Janeiro, e se mudou para a capital portuguesa em outubro do ano passado, junto à mulher e ao filho, em busca de uma vida mais confortável.

Ele foi espancado até a morte por um cidadão romeno, que não teve o nome identificado pelas autoridades portuguesas, após se envolver em uma briga ainda dentro da casa noturna, sendo expulso do local. Familiares de Jefferson definem o carioca como um homem "muito trabalhador", "do bem" e vindo de uma família humilde, além de ser mais reservado em relação a redes sociais.

"Ele era um cara muito gente boa, todo mundo gostava dele, ajudava todo mundo, era muito querido por toda família e amigos, muito trabalhador, um cara do bem. Ele vem de uma família humilde, foi atrás de uma vida melhor, para ele e sua família, para dar uma boa vida para o seu filho. O sentimento é de muita tristeza e muita dor", declarou Alessandro dos Santos Pinto, 23, sobrinho da vítima, em entrevista ao jornal carioca O Globo.

A família dele se manifestou na vaquinha feita para trazer o corpo do brasileiro de volta para sua terra natal. Da meta de R$ 30 mil, R$ 13,5 mil foram arrecadados. O texto para anunciar a iniciativa destaca sua busca por um sonho e a violência que levou a sua morte.

"Infelizmente, nosso grande amigo/irmão foi assassinado bem longe de nós, sem chance de defesa e sozinho em outro país, onde ele foi buscar seu sonho. Teve a vida tirada pela violência e repentinamente deixou sua família — filho, mãe e esposa — e amigos com uma dor de saudade enorme", declarou a homenagem.

O filho de Jefferson tem apenas 1 ano e 5 meses. O carioca estava legalmente no país europeu e tanto ele quanto sua mulher, que havia se mudado com ele, trabalhavam em Lisboa, segundo informações da irmã da vítima, Geane.

Tatiana Ourique, advogada da família da vítima, confirmou que ele teve um desentendimento com um homem dentro da boate, sendo expulso. Já do lado de fora, segundo a mídia portuguesa, ele acabou caindo de cabeça no chão, o que facilitou os golpes do cidadão romeno contra a cabeça do brasileiro.

"Os seguranças não apartaram a briga e o romeno bateu nele até o óbito", afirmou a defensora, também ao jornal carioca.

O rapaz chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital de São José, também em Lisboa. O suspeito foi preso em flagrante, mas não há mais notícias sobre o desdobramento da investigação contra ele.

Ainda sem conseguir bater a meta da vaquinha de traslado, parentes de Jefferson usaram cartões de crédito para ajudar a pagar os custos do envio dos restos mortais ao Rio.

Em nota emitida pouco após a notícia da morte, o Itamaraty informou que "permanece à disposição para prestar a assistência cabível aos familiares do nacional brasileiro, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local".

"O traslado de restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família. Não há previsão regulamentar e orçamentária para o pagamento do traslado com recursos públicos", acrescenta o ministério.