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Ataque a bomba deixa ao menos 35 mortos em escola no Afeganistão

Entrada do Hospital Mohammad Ali Jinah Hospital, para onde vítimas foram levadas após ataque suicida Imagem: REUTERS/Sayed Ramin

Do UOL, em São Paulo*

30/09/2022 07h50Atualizada em 01/10/2022 10h09

Um ataque a bomba deixou pelo menos 35 mortos e 82 feridos em um centro educacional no Afeganistão, enquanto alunos da unidade se preparavam para fazer uma prova. Até o momento nenhum grupo terrorista reivindicou a autoria do atentado, apesar de a região de Cabul ser alvo constante do Estado Islâmico.

O balanço anterior da polícia de Cabul registrava 20 mortos e 27 feridos, mas aumentou de ontem para hoje.

A explosão ocorreu em Dasht-e-Barchi, assentamento a oeste da capital do país, onde vivem majoritariamente uma minoria xiita e que costumava ser alvo de atentados dos islamistas do grupo terrorista.

"Os alunos estavam se preparando para uma prova quando um homem detonou uma bomba suicida neste centro educacional", disse o porta-voz da polícia afegã, Khalid Zadran.

Segundo o Ministério do Interior do Afeganistão, o centro acolhia estudantes em preparação para os exames de admissão nas universidades do país.

"Atacar alvos civis prova a crueldade desumana do inimigo e a falta de padrões morais", disse o porta-voz do ministério, Abdul Nafy Takor.

Segundo testemunhas, grande parte das vítimas são mulheres. Em um hospital, combatentes talibãs, parte do grupo que domina o país desde agosto de 2021, obrigaram os parentes de alunos a abandonar o local pelo temor de um novo ataque contra a multidão.

Listas com os nomes dos mortos e dos feridos foram colocadas nas entradas dos centros médicos.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) publicou nota nas redes sociais afirmando que seus representantes estão "indignados pelo horrível ataque, nesta manhã, no interior do Centro Educacional Kaaj, no distrito de Dasht-e-Barchi".

Autoridades estimam que o número de mortos deve aumentar, enquanto funcionários de um hospital nas proximidades do centro educacional já informaram extraoficialmente que 23 pessoas não tinham resistido aos ferimentos. Vídeos publicados nas redes sociais e fotos divulgados pela imprensa local mostram vítimas ensanguentadas sendo retiradas do local da explosão.

Testemunhas disseram que ouviram um barulho alto e depois viram fumaça saindo do local da explosão.

Desde que assumiram o poder no Afeganistão, em agosto de 2021, o Talibã enfatiza que vem protegendo a população após décadas de guerra. Nos últimos meses, porém, ocorreram vários atentados em mesquitas e instalações civis.

"Alvos civis"

O retorno dos talibãs ao poder no Afeganistão acabou com duas décadas de guerra no país e provocou uma redução considerável dos índices de violência, mas os desafios na área de segurança assombram o movimento islamita.

Os xiitas hazaras sofreram décadas de perseguição, também do Talibã, movimento acusado de atrocidades contra este grupo étnico durante seu primeiro período no poder (1996-2001).

Atualmente, os hazaras também são alvos frequentes dos ataques do principal inimigo do Talibã, o grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Os dois movimentos fundamentalistas consideram os hazaras hereges.O bairro da zona oeste de Cabul já foi cenário de vários ataques, muitos contra crianças, mulheres e escolas.

Em abril, duas explosões em centros de ensino da região mataram seis pessoas e deixaram 20 feridas.

No ano passado, antes do retorno dos talibãs ao poder, ao menos 85 pessoas morreram, a maioria alunas, e quase 300 ficaram feridas nas explosões de três bombas perto de uma escola em Dasht-e-Barchi.

Nenhum grupo reivindicou o ataque, mas um ano antes o EI assumiu um atentado suicida contra um centro de ensino na mesma área que matou 24 pessoas.

Em maio de 2020, o grupo também assumiu a responsabilidade por um ataque armado contra a maternidade de um hospital do bairro, que matou 25 pessoas, incluindo mães que haviam acabado de ter seus filhos.

A educação é uma questão muito delicada no Afeganistão. O Talibã não permite a reabertura das escolas do Ensino Médio para meninas, enquanto o EI é contrário a qualquer tipo de ensino para mulheres.

* Com informações de Deutsche Welle e AFP

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