Brasileiro que tentou matar Cristina Kirchner é 'narcisista', diz perícia
O brasileiro Fernando André Sabag Montiel, 35, que em setembro tentou assassinar a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, é narcisista, extravagante e faz pouco caso da tentativa de homicídio. A conclusão está em relatório da perícia publicada pela agência estatal argentina Télam.
De acordo com o documento formulado por médicos forenses, psicólogos e psiquiatras, Montiel desdenhou da ação ao dizer que "o ato foi mais simples do que todos pensam" e que "não tem tanta mística". O relatório diz ainda que o brasileiro é "narcisista" ao ponto de se comparar ao ex-presidente sul-africano Nelson Mandela.
Até as revelações da perícia, sabia-se pouco sobre o que o brasileiro pensava sobre o crime. Ele se recusava a discutir o assunto mesmo durante o inquérito policial, quando se limitou a dizer que a namorada Brenda Uliarte —apontada como coautora— "não teve nada a ver com isso".
Os peritos, que buscaram com o trabalho entender a mente do criminoso, chegaram à conclusão de que Montiel tem uma personalidade "narcisista", que "pedantismo" e "vaidade" se destacam em seu comportamento e que sua fala é "incômoda, extravagante e tediosa".
"O ato foi simples. É mais simples do que todos pensam. Ninguém me contou. Não tem tanta mística, estou tranquilo agora", disse Sabag Montiel, segundo o relatório solicitado pelo promotor Carlos Rívolo.
As conclusões da perícia não têm o mesmo peso das declarações que são colhidas em depoimento investigativo, mas podem servir ao Ministério Público para discorrer sobre a personalidade do suspeito durante o julgamento.
A perícia indica ainda que "o sujeito conhece a proibição da norma". Mesmo tendo consciência de que praticou um crime, Montiel se justifica com o argumento de "fazer justiça".
Os peritos destacaram ainda que, na tentativa de se justificar, o brasileiro utilizou frases como "executar um tolo" e "provocar uma reação na cidade".
Quem é Sabag Montiel?
Fernando Andrés Sabag Montiel nasceu no Brasil, mas chegou à Argentina ainda criança, em 1996. Ele trabalhava como motorista de aplicativos.
No mês passado, ele foi preso após tentar atirar na vice-presidente argentina em Buenos Aires. Depois do atentado, a polícia apreendeu 100 munições de calibre 9 milímetros na casa dele.
Símbolo nazista no corpo. Segundo o jornal La Nación, o homem se apresentava nas redes sociais como "Fernando Salim Montiel" — as contas foram apagadas na madrugada seguinte ao atentado.
De acordo com a publicação, ele seguia muitas páginas na internet ligadas a grupos radicalizados ou de ódio. Fotos publicadas nas redes sociais mostram que ele tem uma tatuagem de um sol negro, símbolo popular entre neonazistas.
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