Pioneira do feminismo negro, Dorothy Pitman Hughes morre aos 84 anos
A ativista americana Dorothy Pitman Hughes morreu aos 84 anos na cidade de Tampa, na Flórida. Pioneira do feminismo negro, ela aparece em uma das fotos mais icônicas do movimento, de punho levantado, ao lado de Gloria Steinem, em 1971.
A informação foi divulgada pela agência de notícias Associated Press. Dorothy Hughes morreu em 1º de dezembro na casa de sua filho e do genro, afirmou o agente funerário Maurice Sconiers. Sua filha, Delethia Ridley Malmsten, diz que a causa da morte foi velhice.
Dorothy foi cofundadora da revista MS em parceria com a jornalista Gloria Steinem. A publicação tratava de questões raciais e de gênero, deu destaque ao feminismo nos Estados Unidos, além de protagonismo a uma mulher negra numa época em que o tema era visto como predominantemente branco e de classe média.
Gloria Steinem diz que Hughes a ajudou a se sentir confortável para falar em público. Elas discursavam em palestras no início dos anos 1970, viajando por todo o país.
Em uma das imagens mais famosas da época, tirada em outubro de 1971, as duas erguem o braço direito na saudação Black Power.
História. Dorothy Jean Ridley nasceu em 2 de outubro de 1938 em Lumpkin, na Geórgia.
Quando tinha 10 anos, seu pai quase morreu após ser espancado e deixado na porta de casa. A família acredita que ele foi atacado pela Ku Klux Klan, organização terrorista de supremacia branca fundada em 1865.
No final dos anos 1950, Dorothy se mudou para a cidade de Nova York e trabalhou como vendedora, cantora de boate e faxineira. Na década de 1960, ela se envolveu no movimento dos direitos civis, trabalhando com Martin Luther King Jr e Malcolm X.
Ela foi responsável por organizar o primeiro abrigo para mulheres espancadas na cidade de Nova York e cofundou a Agência de Desenvolvimento Infantil de Nova York para ampliar os serviços de assistência à infância na cidade.
A filha de Dorothy, Delethia Ridley Malmsten, já disse que a maior contribuição de sua mãe foi ajudar famílias inteiras por meio do centro comunitário. "Ela tirou famílias da rua e deu emprego".
Parceria com Gloria Steinem. Dorothy conheceu Gloria em 1968 no centro para assistência infantil que montou em Nova York. Gloria estava escrevendo uma história para a New York Magazine.
Eles se tornaram amigas e de 1969 a 1973 andaram os Estados Unidos para discutir questões de gênero e raça. Elas co-fundaram a revista MS em 1972, com a primeira edição apresentando a Mulher Maravilha na capa.
A escritora Laura L. Lovett, que publicou uma biografia de Dorothy Hughes, afirmou que ela "denunciava o racismo que via no movimento de mulheres brancas".
"Ela frequentemente subia ao palco para falar sobre a maneira como o privilégio das mulheres brancas oprimia as mulheres negras, mas também oferecia sua amizade com Gloria como prova de que esse obstáculo poderia ser superado."
Dorothy Hughes deixa três filhas: Delethia Malmsten, Patrice Quinn e Angela Hughes.
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