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Lula compara ato de Bolsonaro a Ku Klux Klan; afinal, o que é a KKK?

Membros da Ku Klux Klan - Getty Images
Membros da Ku Klux Klan Imagem: Getty Images

Franceli Stefani

Colaboração para o UOL

09/09/2022 12h39

A declaração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparando os atos de 7 de setembro com o presidente Jair Bolsonaro (PL) a Ku Klux Klan (KKK) pela ausência de negros levantou muitas perguntas sobre o que é a organização terrorista fundada em 1865.

"Foi uma coisa muito engraçada, que o ato do Bolsonaro parecia uma reunião da Ku Klux Klan. Só faltou o capuz. Porque não tinha negro, não tinha pardo, não tinha pobre, não tinha trabalhador", afirmou.

Afinal, o que é Ku Klux Klan?

A Ku Klux Klan (KKK) ou Klan é uma organização terrorista fundada em uma pequena cidade do Tennessee, Estados Unidos, entre os anos de 1865 e 1866. De supremacia branca, promovia — e ainda promove — atos terroristas contra negros e negras, assim como simpatizantes dos seus direitos.

Oriundo da Guerra Civil nos Estados Unidos, os fundadores da organização eram antigos soldados que pertenciam ao Exército Confederado. Seus membros vestiam uma espécie de túnica branca, capuzes e tinham como símbolo uma cruz. Com ideais supremacistas e terroristas, pela forma como agia, a organização é classificada como de extrema-direita. As vítimas podiam ser espancadas até a morte ou até enforcadas em via pública.

De acordo com o Brasil Escola, as acusações para tal fim eram vagas e falsas, que colocavam os negros em posição de seres bestiais. Embora se apresentassem como protetores dos bons costumes, também promoviam atentados contra brancos que defendiam os direitos dos negros.

A atuação do KKK se deu em três fases distintas, como explica o Mundo Educação. A primeira foi de 1865 até 1871, disseminando a violência no sul dos Estados Unidos. Ali surgiu a lei que ampliou os poderes do governo para reprimir a ação desses integrantes, o Third Enforcement Act of 1871. A segunda fase iniciou-se em 1915, na Geórgia. Foi o auge, com quatro milhões de membros e, aqui, a cruz em chamas se tornou um dos símbolos da KKK.

E, então, o terceiro momento iniciou a partir de 1950 e foi considerado uma reação de brancos racistas contra o crescimento das manifestações e ações promovidas pelos negros que lutavam contra o racismo e a segregação. Essa fase se estende até os dias atuais, como frisa o Histórias do Mundo.

Embora exista até hoje, com atuação enfraquecida, entidades como o Southern Poverty Law Center (SPLC), responsável pelo estudo de organizações extremistas nos Estados Unidos, acredita que haja 72 células — com 5 a 8 mil membros — no país. Segundo o Brasil Escola, o KKK está ligado a ideais supremacistas, anticatólicos, antissemitas, antiliberais, anticomunistas e também promovem discurso de ódio contra muçulmanos e LGBTs, sem contar que possuem envolvimento com movimentos neonazistas.