Surgimento de pistas de 550 anos pode revelar origens de Drácula
Um trio de cientistas espera descobrir informações sobre as origens e a vida do homem que inspirou a criação do vampiro Conde Drácula. Isso será possível a partir de um método desenvolvido por eles que coleta e interpreta vestígios bioquímicos de figuras históricas.
Gleb e Svetlana Zilberstein, nascidos no Cazaquistão e moradores de Tel Aviv, em Israel, se uniram ao professor Pier Giorgio Righetti, da Universidade Politécnica de Milão, na tentativa de reconstruir figuras históricas a partir de seus dados genéticos, contou a dupla ao jornal britânico The Guardian.
A metodologia inclui a coleta de material genético presente na saliva, suor e impressões digitais deixadas em documentos tocados por determinada pessoa. Neste caso, eles buscam evidências em cartas escritas há mais de 500 anos por Vlad Drácula, inspiração para o personagem vampírico do autor Bram Stoker.
Conhecido também como "Vlad, o Empalador", ele foi príncipe da Valáquia, ao sul da atual Romênia, e ficou conhecido por sua brutalidade contra inimigos ao exibir seus corpos presos a estacas.
Segundo os cientistas, os vestígios, apelidados de "biomoléculas históricas", são analisados quanto a sua composição e idade. Além disso, eles fornecem informações a respeito da saúde, estilo de vida e nutrição do indivíduo, e até mesmo condições ambientais do local onde ele morava.
Em maio, Gleb e Svetlana, autointitulados "químicos históricos", estiveram na Transilvânia para periciar o manuscrito escrito ao povo de Sibiu, na atual Romênia, em 4 de agosto de 1475, em que era avisado que o príncipe se mudaria para a cidade.
Com a análise, os cientistas esperam retratar as condições moleculares de Vlad Drácula no momento em que ele manuseou a carta, incluindo dados sobre "o que ele havia comido e como era a atmosfera ao seu redor".
Embora neguem um planejamento quanto à data, ela coincide com o aniversário de 125 anos da publicação que deu origem ao vampiro Drácula. Ao The Guardian, Gleb citou eventos sombrios naquele dia.
"A noite toda, após a extração das moléculas do Drácula, choveu, cachorros uivaram e relâmpagos brilharam. Foi realmente uma atmosfera muito mágica. O Conde Drácula abençoou sua libertação do arquivo romeno", disse ele.
O método de análise bioquímica desenvolvida pelo trio já foi utilizado anteriormente no manuscrito original de "O Mestre e Margarita", escrito por Mikhail Bulgákov. Depois, eles começaram "a investigar a carta de George Orwell a Moscou" e encontraram "vestígios de tuberculose, que ele contraiu na Espanha", contou Gleb.
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