Itamaraty pede que brasileiros adiem viagens ao Peru, que enfrenta crise
O Ministério das Relações Exteriores destacou em nota hoje que os protestos no Peru têm causado bloqueios de rodovias e limitado o trabalho dos aeroportos.
Protestos sociais em diversas regiões turísticas do Peru têm provocado bloqueios de estradas e contingenciamentos em aeroportos, resultando na retenção temporária de turistas brasileiros, que podem ter dificuldade para receber a assistência consular que a Embaixada tem procurado oferecer".
Itamaraty em nota sobre Peru
Assim, o Itamaraty recomenda que os brasileiros "considerem adiar temporariamente visitas ao Peru" que não sejam "urgentes ou indispensáveis".
Peru passa por crise política. Um mês depois do impeachment do ex-presidente peruano Pedro Castillo os protestos continuam, apesar de o país ter decretado estado de emergência.
As manifestações tinham parado durante o feriado de Natal, mas retornaram após a virada do ano. Além dos atos, algumas pessoas fazem greve contra o novo governo, da presidente Dina Boluarte.
O que os protestos reivindicam? As multidões nas ruas pedem a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso, uma mudança na Constituição e a libertação de Castillo.
Entenda
- A crise política no país se agravou em 7 de dezembro, quando o então presidente Pedro Castillo fez um pronunciamento em que disse que iria instituir um "governo de emergência excepcional" a fim de convocar novas eleições e, posteriormente, mudar a Constituição do Peru.
- O Congresso antecipou a sessão para votar pelo impeachment de Castillo e o afastou do cargo por "incapacidade moral". Horas depois, Dina Boluarte, então vice de Castillo, assumiu a Presidência.
- A presidente tenta apaziguar os ânimos e já disse que apresentará um projeto de lei ao Parlamento a fim de antecipar as eleições para abril de 2024. A princípio, a chapa de Castillo e Boluarte governaria até 2026.
- Mesmo preso, Castillo tem publicado cartas, em que agradeceu aos manifestantes, falou em golpe contra ele e acusou a imprensa local de receber dinheiro "para silenciar o massacre e a crise em todo o Peru".