Ministro foi avisado por Lula sobre comissão, e militares vão colaborar
O ministro da Defesa, José Mucio, disse à coluna que foi avisado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva da recriação da comissão de mortos e desaparecidos na ditadura e que os militares vão colaborar.
"Estava ciente e vamos colaborar", afirmou.
O governo federal publicou um despacho nesta quinta-feira (4) recriando a comissão especial, que havia sido extinta pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A retomada dos trabalhos era defendida pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, mas demorou um ano e meio para ocorrer.
O receio era melindrar a relação com os militares após o 8 de janeiro de 2023. Em entrevistas recentes, o comandante do Exército, general Tomás Paiva, afirmou que a comissão de mortos e desaparecidos é um assunto de governo.
Segundo apurou a coluna, a cúpula do Exército brasileiro defende que as pessoas que perderam parentes durante a ditadura têm o direito de saber o que aconteceu com essas pessoas. A avaliação é que se trata de um assunto humanitário, ao contrário da comissão nacional da verdade, que tentava também encontrar os culpados.
Generais ouvidos na condição de anonimato admitem que pode haver reclamação, principalmente de militares que já passaram para a reserva, mas que isso não vai contaminar as boas relações criadas entre as Forças Armadas e o governo federal após o 8/1.
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