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Guerra não era questão de 'se', mas de 'quando', diz embaixador palestino

Chefe da missão palestina no Reino Unido, o embaixador Husam Zomlot, em entrevista à CNN Internacional Imagem: Reprodução/CNN

Do UOL, em São Paulo

09/10/2023 10h52

O embaixador da Palestina no Reino Unido, Husam Zomlot, disse que o governo de Israel sabia que aconteceria um conflito na Faixa de Gaza, e que a guerra, que chegou hoje ao 3º dia, é resultado de 75 anos de opressão contra o povo palestino. As declarações foram feitas à CNN Internacional.

O que ele disse

Embaixador disse que conflito era inevitável. "Não sei [se ataque está relacionado ao aniversário de 50 anos da Guerra do Yom Kippur]", respondeu. "O que eu sei é que era uma questão de 'quando', não de 'se'".

Estamos tendo essa conversa porque os israelenses viram o que viram hoje. Mas o meu povo vê isso todos os dias. Todos os dias, palestinos são visados, mortos, presos, cercados, suas terras são confiscadas, seus locais sagrados são profanados. [...] Nosso povo está sendo submetido a um apartheid nos últimos anos, suas terras estão sendo tomadas, e a esperança por uma solução política que garanta seus direitos está se dissipando. É isso que precisamos discutir.
Husam Zomlot, embaixador da Palestina no Reino Unido, à CNN

Ele disse que as mortes de civis são trágicas, mas que a surdez e cegueira da comunidade internacional são igualmente terríveis. "Israel sabia que isso aconteceria. Nós, do movimento nacional da Palestina, concordamos com o que o mundo nos pediu: reconhecemos Israel, nos comprometemos com negociações de não-violência, com a legitimidade e resolução internacionais", disse. "Israel tinha de fazer apenas uma coisa: parar a ocupação militar, a expansão de seus assentamentos coloniais. Eles não fizeram isso um único dia, matando a perspectiva da solução de dois estados."

Para ele, a única maneira de solucionar o conflito seria a aplicação equânime do direito internacional. "Precisamos acabar com a ocupação militar israelense, a colonização, o sistema de dominação racial que nos é imposto", disse. "Não somos menos humanos, não somos filhos de um Deus menor. Somos iguais como nações".

Zomlot pediu que juízes do Tribunal Penal Internacional vão à Palestina. "Deixem os juízes internacionais virem e julgarem. Nós aceitaremos o julgamento. Se cometemos algum erro ou crime, nós aceitaremos. Mas todos sabem que é Israel que está violando todos os princípios da lei internacional e da decência humana".

Conflito chega ao terceiro dia com mais de 1.200 mortos

Governo de Israel e o Hamas estão em guerra desde sábado (7), quando o grupo extremista lançou o maior ataque contra o território israelense em 50 anos.

Ministro da Defesa de Israel determinou "cerco completo" à Faixa de Gaza, com bloqueios de eletricidade, comida, água e gás. "Estamos lutando contra animais e agindo de acordo", disse Yoav Gallant em pronunciamento em vídeo.

Território palestino é habitado por 2,3 milhões de pessoas. O Hamas é um grupo radical, misto de organização social e facção armada, que é tido como terrorista por vários países ocidentais, como EUA, Reino Unido e Japão. O Brasil não faz parte desse grupo.

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