Refém libertada pelo Hamas deve voltar aos EUA na próxima semana, diz irmão
O irmão da norte-americana Natalie Raanan, 17, uma das reféns libertadas nesta sexta-feira (20) pelo grupo extremista Hamas, diz que é provável que ela e a mãe, Judith Raanan, 59, voltem aos Estados Unidos no início da próxima semana.
O que aconteceu:
Ben Raanan afirmou que ficou sabendo da libertação da irmã e da madrasta pela imprensa. "Tudo isso aconteceu tão rapidamente, recebi mensagens de repórteres me informando", disse o irmão de Natalie, em entrevista à CNN.
Sobre a volta para os EUA, ele explicou que mãe e filha devem voltar para Chicago nos próximos dias, mas que retorno depende do estado de saúde delas. Natalie Raanan e Judith Raanan estão atualmente sob os cuidados das Forças de Defesa de Israel.
Ben contou que está feliz, mas não consegue descrever todas as emoções. Ele diz que só quer dar um abraço na irmã e na madrasta. "Nos últimos 13 dias, nós apenas nos concentramos em recuperá-las e sentimos esse tipo de aperto no estômago, sem deixar nenhuma emoção entrar, como se tivéssemos que permanecer fortes", afirmou à rede de televisão NewsNation.
Eu simplesmente sinto tudo. Medo, mas felicidade e alegria. Tema que elas não estejam bem. Mas eu vi uma foto que divulgaram e as duas parecem bem. É um absurdo. Minha irmã foi capturada há quase duas semanas e ainda parece uma supermodelo. E estou perdendo o cabelo da cabeça.
Ben Raanan, em entrevista à NewsNation.
Pai diz que filha está 'indo bem'
O pai da adolescente norte-americana afirmou que ela está "indo muito bem", após ser mantida como refém por duas semanas.
Uri Raanan, 71, conversou com a filha por telefone hoje. "Ela está muito bem. Estou chorando e me sinto muito, muito bem", afirmou à Associated Press.
Para ele, saber que Natalie poderá comemorar seu aniversário de 18 anos na próxima semana em casa com a família e amigos é "maravilhoso". "A melhor notícia", celebrou Uri Raanan.
Reféns foram libertadas nesta sexta-feira (20)
Mãe e filha foram entregues na fronteira de Israel, segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
Não houve nenhuma negociação entre o Hamas e Israel para que as reféns fossem liberadas, segundo a mídia israelense.
O Hamas optou por liberá-las devido ao declínio da saúde da mãe. Um integrante do grupo extremista disse que o gesto foi para "provar para a comunidade internacional que o Hamas não é uma organização terrorista". A declaração foi feita em entrevista a emissora Al Jazeera. Ele repetiu a informação de que a negociação de soltura dos sequestrados pode avançar se os ataques a Gaza forem encerrados.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse, em comunicado divulgado hoje (20), que o governo norte-americano garantiu a libertação das duas norte-americanas. "As duas e as suas famílias terão o total apoio do governo dos Estados Unidos, para se recuperarem e se curarem. Todos devemos respeitar a sua privacidade neste momento", escreveu.
O democrata agradeceu o apoio do Catar e do governo de Israel pela parceria. Washington trabalhou junto com o governo do Catar para garantir a libertação das americanas.
O Catar informou que vai continuar mediando o diálogo com Israel e o Hamas na esperança de conseguir a libertação de todos os reféns.
Família estava em Israel para celebração
Judith e Natalia moram em Evanston, Illinois, nos arredores de Chicago, mas viajaram para Israel, com o intuito de comemorar o aniversário de 85 anos de um parente, segundo familiares que conversaram com o jornal local The Times of Israel. Elas têm dupla nacionalidade, de Israel e dos Estados Unidos.
A família participava de uma celebração em Nahal Oz, um kibutz a cerca de 1,5 km da fronteira com Gaza, quando o ataque do Hamas começou.
Natalie Raanan terminou recentemente o ensino médio e estava ansiosa para visitar a família no exterior, disse seu tio, Avi Zamir.
Hamas diz que planeja libertar estrangeiros mantidos reféns
Em comunicado divulgado no dia 16 de outubro, o Hamas informou que planeja libertar todos os reféns estrangeiros conforme o grupo conseguir verificar suas identidades e avaliar a "situação" ideal para a soltura. A informação é do porta-voz do Al Qassam (o braço armado do Hamas), Abu Obaida.
"Libertaremos todos os estrangeiros mantidos em cativeiro em Gaza, pois não tivemos tempo de verificar suas identidades durante a captura. Nós os consideraremos como convidados até que a situação permita a libertação", diz uma nota acompanhada de um vídeo de Abo Obaida, ambos publicados no Telegram do grupo.
O grupo extremista diz ter entre 200 e 250 reféns israelenses. Não há detalhes de quantos são civis e quantos são militares.