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Suspeito de recrutar para Hezbollah é sírio naturalizado brasileiro, diz TV

Mohamad Khir Abdulmajid, principal alvo da investigação que apura o recrutamento de brasileiros para a organização islâmica Hezbollah, é um sírio naturalizado brasileiro que veio para o país em 2008. Ele é procurado pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). As informações são do Fantástico (TV Globo) com base em investigação da Polícia Federal.

O que aconteceu

O homem foi fichado na polícia brasileira pela primeira vez em 2014 por vender bebidas alcoólicas para menores de 18 anos em Minas Gerais.

Mohamad é casado e a esposa administra duas tabacarias em uma região nobre de Belo Horizonte. A PF, segundo a TV Globo, aponta que o sírio é o verdadeiro dono dos estabelecimentos.

Em 2021, ele se tornou alvo de uma investigação da PF por contrabando. Com o avanço das apurações, os delegados desconfiaram que a venda de produtos ilegais tinham como foco financiar atos terroristas.

Mohamad divulgou em uma rede social, hoje desativada, uma foto com uniforme militar em cima de um blindado
Mohamad divulgou em uma rede social, hoje desativada, uma foto com uniforme militar em cima de um blindado Imagem: Reprodução/TV Globo

A emissora informou que Mohamad divulgou em uma rede social, hoje desativada, uma foto com uniforme militar em cima de um blindado. As imagens constam na investigação do caso.

Ligação de Mohamad com o Hezbollah

Já trechos da representação policial da Operação Trapiche (que apura o recrutamento de brasileiros pelo grupo), obtidos pela emissora, apontam que "Mohamad seria, no mínimo, simpatizante, senão apoiador e integrante do grupo libânes Hezbollah". O Hezbollah é um grupo islâmico do Líbano que também prega o fim do Estado de Israel. É um inimigo jurado de Israel e mantém boas relações com o Hamas, o movimento que governa a Faixa de Gaza.

O documento também diz que o "conteúdo compartilhado no seu perfil indica que Mohamad, em 2016, lutou na guerra civil na Síria como integrante da força do grupo Hezbollah".

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Os indícios de que Mohamad integra o braço paramilitar do grupo libanês Hezbollah e o fato de constar recentes registros migratórios de todos os citados para o Líbano, associado às evidências de falta de condições financeiras e antecedentes criminais dos brasileiros natos, corroboram com a tese de que estamos diante de uma possível fase de recrutamento de brasileiros para atuações ilícitas, inclusive na hipótese de objetivos terroristas.
Trecho da representação policial da Operação Trapiche

Agora, os investigadores apuram os detalhes dos brasileiros que teriam sido cooptados por Mohamad para atuar junto ao Hezbollah.

Até o momento, a investigação aponta que os brasileiros não teriam vínculo ideológico ou religioso com o grupo islâmico. Durante um interrogatório, a PF mostrou uma foto de Mohamad para um dos investigados, e ele disse que "se parece com um dos mensageiros que encontrou no Líbano".

A PF crê que interrompeu a formação de uma rede de mercenários que prestariam serviços para o Hezbollah.

No início da noite deste domingo (12), mais um suspeito foi preso pela PF no Rio de Janeiro suspeito de participar do esquema. Até o momento, três pessoas estão presas.

Além de Mohamad, mais um suspeito investigado pela PF —que não teve o nome divulgado—, está foragido no exterior.

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