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Maior que o Vesúvio: Itália teme erupção de supervulcão com 24 crateras

Vulcanologistas estudam a região de Campi Flegrei, na Itália, em outubro de 2023 Imagem: Ciro de Luca/Reuters

Colaboração para o UOL*

15/11/2023 04h00

O aumento na atividade sísmica na região de Campi Flegrei, perto de Nápoles, está causando preocupação na Itália. Diante da possibilidade de erupção do supervulcão, o país já planeja uma possível retirada em massa de milhares de pessoas que vivem na região. Somadas as cidades e vilarejos, mais de 500 mil pessoas vivem ao redor do Campi Flegrei.

O vulcão tem 24 crateras e é muito maior do que o Vesúvio, vizinho que destruiu Pompéia no ano 79 d.C. A última vez que o Campi Flegrei teve uma erupção foi em 1538.

Uma de suas maiores erupções, porém, ocorreu há cerca de 39 mil anos e pode ter levado à extinção do homem de Neandertal. O magma foi encontrado a cerca de 4.500 quilômetros de distância, na Groenlândia.

Por que a atividade sísmica aumentou

De acordo com especialistas, o aumento no número de terremotos registrados na região está relacionado ao fenômeno chamado de bradissismo. O governo italiano explica que ele se caracteriza por um lento movimento de subida e descida do solo.

Segundo as autoridades, o fenômeno ainda não é completamente compreendido. Mas uma das causas apontadas para esse movimento do terreno são variações no sistema vulcânico, que incluem o aumento da temperatura e da pressão de rochas subterrâneas.

De acordo com a rede de TV CNN, só em 2023 a região já registrou 3.450 terremotos. Somente em agosto foram 1.118. O aumento da atividade sísmica começou em dezembro do ano passado.

Quais podem ser os efeitos

O governo destacou, porém, que o aumento da atividade não necessariamente significa que haverá uma erupção. "Mas, por si só, o fenômeno já pode causar danos às edificações e transtornos à população", diz nota das autoridades.

Em 1500, antes da erupção, a área teve elevação de cerca de 7 metros. Depois, o nível foi baixando gradualmente. Entre 1969 e 1972 e entre 1982 e 1984 houve novas crises com atividade sísmica, com elevação de aproximadamente 3,5 metros. Nesse período, parte da população teve de ser evacuada da cidade de Pozzuoli por causa dos terremotos.

Agora, o solo está subindo cerca de 1,5 cm por mês. Por isso, há preocupação com os edifícios da região.

Existem dois cenários possíveis relativamente à evolução da situação nos Campi Flegrei: o melhor é que a crise de bradissismo em curso termine como aconteceu em 1983-84; o pior é uma erupção semelhante à de 1538.
Carlo Doglioni, presidente do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia da Itália, em fala na Comissão Ambiental do governo

Em setembro, Giuseppe de Natale, ex-chefe do observatório do Vesúvio do Instituto, afirmou à Reuters que, se houver uma erupção, a tendência é de que ela seja do tipo freática ou de explosão de vapor. Ou seja, ela seria relativamente fraca e sem novo magma.

Atualmente, acredito que o risco mais imediato seja o sísmico. Mas está claro que também é preciso considerar a possibilidade de uma erupção.
Giuseppe De Natale, em entrevista à Reuters em setembro

*Com informações da Reuters.

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