Estado Islâmico reinvidica autoria de ataque que matou 84 pessoas no Irã
Do UOL, em São Paulo
04/01/2024 13h48Atualizada em 04/01/2024 19h05
O Estado Islâmico reivindicou a autoria dos ataques que mataram mais de 80 pessoas ontem durante uma cerimônia na cidade de Kerman, no Irã.
O que aconteceu
Grupo terrorista publicou um comunicado no Telegram assumindo autoria das explosões. Ao menos 84 pessoas foram mortas e 284 ficaram feridas, de acordo com a imprensa estatal iraniana. Este foi o ataque mais letal no país desde a Revolução Islâmica de 1979.
Milhares de pessoas participavam de uma homenagem a Qassem Soleimani. O ex-comandante militar iraniano foi morto em 2020 no Iraque por drones do Exército dos Estados Unidos. Duas bombas explodiram ao lado do túmulo de Soleimani.
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Governo iraniano prometeu vingança. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que haverá uma "resposta dura", enquanto a elite da Guarda Revolucionária do Irã jurou uma "retaliação muito forte".
Número de mortos foi revisado para baixo. A imprensa estatal iraniana chegou a divulgar que foram 103 mortos, mas alterou o dado após constatar erro na contagem.
Estado Islâmico x Irã
Irã tem participação ativa no combate ao Estado Islâmico. Desde 2015, o país integra uma coalizão com Rússia, Iraque e Síria criada para compartilhar inteligência e, assim, tentar derrotar o grupo terrorista.
Soleimani foi fundamental na luta contra o grupo terrorista no Iraque. Em 2014, o general foi enviado pelo Irã ao Iraque para ajudar o país a se organizar contra o Estado Islâmico. Lá, Soleimani apoiou um grupo xiita paramilitar, as Forças de Mobilização Popular, que contribuiu na guerra contra os terroristas.
Quem foi Soleimani
Soleimani foi morto em 2020 por drones das Forças Armadas dos EUA. Ele era encarregado das operações internacionais da Guarda Revolucionária do Irã e desempenhou um papel de liderança na guerra na Síria ao apoiar o presidente Bashar al-Assad e combater o grupo Estado Islâmico.
General era uma das personalidades públicas mais populares do Irã. Soleimani também esteve na linha de frente para ajudar e armar os grupos palestinos do Hamas e da Jihad Islâmica, bem como o Hezbollah e as milícias xiitas no Iraque e na Síria. Após sua morte, o aiatolá Ali Khamenei decretou três dias de luto nacional.
Também foi peça chave na campanha para expulsar os EUA da região. Mais recentemente, as tensões entre Irã e Estados Unidos atingiram um novo pico devido à guerra em Gaza. Israel é apoiada pelos norte-americanos, enquanto o grupo palestino é apoiado pelo Irã.
(*Com Reuters e AFP)