A origem do Estado Islâmico e por que o grupo terrorista é inimigo do Irã

O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou a autoria dos ataques que mataram 84 pessoas no Irã. Entenda por que o grupo é inimigo do Irã — o ataque de ontem foi o mais letal no país desde a Revolução Islâmica de 1979, segundo a imprensa estatal iraniana.

A origem do Estado Islâmico

Grupo terrorista surgiu após a invasão do Iraque pelos Estados Unidos, em 2003.

A origem do EI (Estado Islâmico) está ligada à morte de lideranças de outro grupo terrorista, a Al-Queda. O braço da Al-Qaeda no Iraque era comandado por Abu Musab al-Zarqawi, morto em 2006 por forças americanas.

Apesar da morte do líder do EI, remanescentes do grupo continuaram ativos. Eles passaram a ser liderados pelo iraquiano Abu Bakr al-Baghdadi, que rebatizou o grupo para Estados Islâmico do Iraque. Posteriormente, o grupo passou a ter ambição regional.

As mudanças de nome do grupo terrorista. Primeiramente foi alterado para Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS, na sigla em inglês). Depois mudou para Estado Islâmico, evidenciando uma ambição para além daquele território.

O EI se apresenta como um Estado — reivindica territórios e busca conquistar grandes cidades. É uma postura diferente em relação a outros grupos jihadistas. A intenção é administrar essas regiões e impor suas leis sobre a população, inclusive com tortura e execução de cidadãos.

O grupo terrorista governa a partir da sharia, o código moral islâmico, interpretado de maneira radical pelo grupo. Quem desrespeita as leis, como aqueles que fumam cigarro, por exemplo, estão sujeitos a punições severas, como a pena de morte.

Com essas práticas violentas, o EI conseguiu ocupar parte do território da Síria e do Iraque durante alguns anos. Eles foram combatidos por coalizões que tinham de um lado os Estados Unidos e do outro Irã e Rússia.

Por que o Irã é inimigo

O Irã tem participação ativa no combate ao Estado Islâmico. Desde 2015, o país integra uma coalizão com Rússia, Iraque e Síria criada para compartilhar inteligência e, assim, tentar derrotar o grupo terrorista.

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Isso fez com que o país entrasse para a lista de inimigos do Estado Islâmico. Além disso, o regime iraniano é xiita, enquanto o EI é uma vertente radical sunita.

O ataque desta quarta-feira (3) ocorreu durante uma homenagem ao ex-comandante militar iraniano Qassem Soleimani. Soleimani foi fundamental na luta contra o grupo terrorista no Iraque.

Em 2014, o general foi enviado pelo Irã ao Iraque para ajudar o país a se organizar contra o Estado Islâmico. Lá, Soleimani apoiou um grupo xiita paramilitar, as Forças de Mobilização Popular, que contribuiu na guerra contra os terroristas.

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