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Governo de Israel ironiza Lula em rede social após fala sobre 'Holocausto'

Do UOL, em São Paulo

20/02/2024 16h01Atualizada em 21/02/2024 17h59

O governo de Israel ironizou Lula e o Brasil em publicação nas redes sociais em mais uma reação à fala do presidente brasileiro, que comparou os ataques israelenses à Faixa de Gaza com o "Holocausto".

O que aconteceu

O perfil usou uma publicação que questiona "o que vem à sua mente quando você pensa no Brasil?" para iniciar o debate. A conta oficial é gerenciada pelo ministério das Relações Exteriores de Israel.

A publicação do governo de Benjamin Netanyahu responde e questiona: "Antes ou depois de Lula ter negado o Holocausto?". O post gerou reações tanto a favor do presidente brasileiro, quanto críticas a Lula.

Conteúdo falso. O ministro Paulo Pimenta, da Secom, disse que o chanceler israelense atribui a Lula "opiniões que jamais foram ditas por ele". O presidente, inclusive, visitou o Museu do Holocausto, em Israel, em 2010.

Mais cedo, o ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, voltou a cobrar desculpas de Lula. Ele também disse que o presidente do Brasil deu "cuspe no rosto de judeus brasileiros" com afirmações sobre guerra.

"Que vergonha. Sua comparação é promíscua, delirante. Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas", disse Katz ao marcar o perfil do presidente brasileiro em mensagem em português publicada no X (o antigo Twitter).

"Lula condena o massacre da população civil de Gaza promovido pelo governo de extrema-direita de Benjamin Netanyahu, que já matou mais de 30 mil palestinos, entre eles, 10 mil crianças", ressaltou.

O Governo Netanyahu se nutre da guerra para se manter no poder. A maioria da população israelense rejeita a política extremista do governo e a comunidade internacional cobra o fim dos ataques em Gaza. Isolado, o governo de Israel adota prática da extrema-direita e aposta em Fake News para tentar se reafirmar interna e internacionalmente.
Paulo Pimenta, ministro da Secom

O que Lula disse?

Lula deu declaração sobre Israel após comentar outra fala anunciando doações para a agência de refugiados palestinos da ONU. A primeira declaração também gerou polêmica e fez com que o partido Novo abrisse uma queixa-crime contra o presidente na PGR.

O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus.
Presidente Lula

Lula não deve se desculpar

Presidente não deverá se desculpar por fala. O Palácio do Planalto pretende reforçar que as críticas sobre o conflito na Faixa de Gaza focam no Estado de Israel e no governo de Benjamin Netanyahu, e não no povo judeu.

Planalto avalia que a fala de Lula não estava errada, mas que o discurso pode, sim, ser confundido com um ataque ao povo judeu. O presidente está reunido nesta manhã com o ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, e o ministro Paulo Pimenta (Secom) no Palácio da Alvorada para tratar do assunto.

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