Fala de Lula sobre 'Holocausto' foi 'cuspe no rosto de judeus', diz Israel
O ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que a fala de Lula que comparou os ataques israelenses à Faixa de Gaza com o "Holocausto" foi um "cuspe no rosto de judeus brasileiros".
O que aconteceu
O chanceler israelense afirmou que a comparação foi "delirante". "Que vergonha. Sua comparação é promíscua, delirante. Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas", disse Katz ao marcar o perfil do presidente brasileiro em mensagem em português publicada no X (o antigo Twitter).
Ministro disse que "milhões de judeus em todo o mundo" aguardam retratação de Lula. "Como ousa comparar Israel a Hitler? É necessário lembrar ao senhor o que Hitler fez?", questionou o diplomata israelense.
Conteúdo falso. O ministro Paulo Pimenta, da Secom, disse que o chanceler israelense atribui a Lula "opiniões que jamais foram ditas por ele".
"Lula condena o massacre da população civil de Gaza promovido pelo governo de extrema-direita de Benjamin Netanyahu, que já matou mais de 30 mil palestinos, entre eles, 10 mil crianças", ressaltou.
O Governo Netanyahu se nutre da guerra para se manter no poder. A maioria da população israelense rejeita a política extremista do governo e a comunidade internacional cobra o fim dos ataques em Gaza. Isolado, o governo de Israel adota prática da extrema-direita e aposta em Fake News para tentar se reafirmar interna e internacionalmente.
Paulo Pimenta, ministro da Secom
Fala sobre Holocausto
Lula deu declaração sobre Israel após comentar outra fala anunciando doações para a agência de refugiados palestinos da ONU. A primeira declaração também gerou polêmica e fez com que o partido Novo abrisse uma queixa-crime contra o presidente na PGR.
O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus.
Presidente Lula
Oposição quer impeachment de Lula
Parlamentares oposicionistas ao governo coletam assinaturas contra o presidente. Para os deputados, declaração polêmica foi crime de responsabilidade. O grupo classificou a fala como "ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade".
Governo de Israel repudiou a fala e declarou presidente brasileiro "persona non grata". Segundo o governo israelense, esse status será mantido até que Lula peça desculpas.
Lula não deve se desculpar por fala
Internamente, o Planalto avalia que a fala de Lula não estava errada, mas que o discurso pode, sim, ser confundido com um ataque ao povo judeu. O Planalto insiste que as críticas aos ataques israelenses devem continuar: o plano, agora, é deixar a separação dos posicionamentos entre as ações do Estado e a sua população mais clara.
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