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Ninguém vai separar nossos povos, diz chanceler de Israel em recado a Lula

Israel Katz já havia dito que comparação feita por Lula foi 'delirante' e uma 'vergonha para o Brasil' Imagem: Ahmad Gharabli/AFP

Do UOL*, em São Paulo

23/02/2024 15h10Atualizada em 23/02/2024 15h34

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, voltou a provocar o presidente Lula (PT), que recentemente comparou os ataques israelenses na Faixa de Gaza com o Holocausto.

O que aconteceu

Katz publicou uma imagem com brasileiros e israelenses se abraçando. Ao fundo, vê-se as bandeiras de Brasil e de Israel. Em primeiro plano, há homens e mulheres usando a camisa da seleção brasileira ou roupas azuis e brancas, como a bandeira israelense. "Ninguém vai separar nossos povos — nem mesmo você, Lula", escreveu o chanceler no X (antigo Twitter).

Chanceler já havia dito que comparação feita por Lula foi 'delirante'. No último dia 20, também no X, Katz publicou: "Que vergonha. Sua comparação é promíscua, delirante. Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas".

Ministro também afirmou que 'milhões de judeus' aguardam retratação. "Como ousa comparar Israel a Hitler? É necessário lembrar ao senhor o que Hitler fez?", questionou Katz.

Mauro Vieira disse que o posicionamento adotado pelo israelense é "revoltante". Na terça-feira (20), na saída de reunião ligada ao G20, no RJ, o ministro das Relações Exteriores do Brasil classificou como "inaceitáveis e mentirosas" as declarações do chanceler israelense sobre o presidente Lula (PT).

Falas de Lula

Presidente comparou ações de Israel em Gaza com o Holocausto. As declarações foram feitas no domingo (18), durante coletiva, após Lula participar da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana em Adis Abeba, na Etiópia. "O Brasil condenou o Hamas, mas não pode deixar de condenar o que o Exército de Israel está fazendo", disse (assista abaixo).

Fala gerou forte reação do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O premiê de Israel descreveu os comentários como "vergonhosos e graves", acusando Lula de banalizar o Holocausto e ofender o povo judeu. "Fazer comparações entre Israel, os nazistas e [Adolf] Hitler é cruzar uma linha vermelha", disse Netanyahu em comunicado.

Israel agora considera Lula como 'persona non grata'. O chanceler Israel Katz disse na segunda-feira (19) que Lula não será bem-vindo até que se retrate pelos comentários feitos sobre a guerra. "Não vamos esquecer, nem perdoar. Trata-se de um grave ataque antissemita", declarou.

O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus.
Lula, em coletiva na Etiópia

(*Com Reuters)

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