Conteúdo publicado há 2 meses

Palestinos desesperados remam atrás de ração jogada pelos EUA no mar

Uma equipe da rede de TV americana CNN acompanhou palestinos que se aglomeraram em uma praia e remaram atrás de pacotes de ração, arremessados de paraquedas pelos Estados Unidos e que, muitas vezes, caem no mar.

O que aconteceu

Os pacotes são jogados de avião pelos americanos, mas os ventos fortes, às vezes, empurram para o alto mar. É aí que palestinos —que vivem uma crise humanitária devido à guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas— precisam nadar ou remar em busca dos alimentos.

E para piorar a situação, homens com paus e chicotes tentam afastar uma multidão na areia. As pessoas brigam e empurram na disputa quando a comida chega.

Tive sorte e consegui uma dessas ajudas. Mas e todas as outras pessoas que não conseguiram obter essa ajuda? Olha, este não recebeu nenhuma e este também não recebeu nenhuma ajuda. Acabou. Estou pedindo ajuda às nações árabes. Agradecemos o auxílio através dos paraquedas, mas precisamos de mais e precisamos que seja melhor distribuído. Isto não vai acabar com a nossa fome. Não precisamos de uma cápsula, porque, quando comermos isso, vamos comê-la e pronto. Palestino não identificado pela reportagem

Depois de quase cinco meses de guerra com Israel, a população local tenta desesperadamente ter acesso aos escassos comboios de ajuda humanitária que entram em território palestino e alguns habitantes contam que estão limitados a comer folhagens de árvores ou forragem para gado, conforme relata a agência de notícias AFP.

As medições são feitas pelas agências das ONU (Organização das Nações Unidas), com base em uma iniciativa que reúne organismos públicos e ONGs para a Classificação Integrada de Fases da Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês).

O sistema conta com cinco fases, que vão de Segurança alimentar geral (Fase 1) até Fome/catástrofe humanitária (Fase 5).

A ONU estima que a fome ameace 2,2 milhões dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, sobretudo no norte da Faixa, onde a destruição, os combates e saques tornam quase impossível a entrega de ajuda. "Se nada mudar, a fome é iminente", advertiu na terça-feira o diretor-executivo adjunto do PMA, Carl Skau.

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Cerca de 97% da água em Gaza é rotulada como "não apta para o consumo humano" e a produção agrícola está começando a entrar em colapso, indicou Maurizio Martina, diretor-geral adjunto da FAO.

Segundo a Associação Palestina de Desenvolvimento Agrícola (Parc, na sigla em inglês), as forças israelenses destruíram um quarto das propriedades agrícolas do norte da Faixa.

O secretário-geral de Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, enviou uma nota em 22 de fevereiro, à qual a AFP teve acesso, na qual insta o Conselho de Segurança da ONU a garantir "a proibição de usar a fome da população civil como método de guerra".

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