'Não vou alimentar genocídio', diz engenheiro a diretor do Google em Israel
Do UOL, em São Paulo
05/03/2024 18h37Atualizada em 05/03/2024 18h37
O diretor do Google em Israel, Barak Regev, foi interrompido por um engenheiro de software da empresa que criticou o uso da tecnologia contra palestinos. O caso ocorreu na segunda-feira (4), na convenção MindTheTech, em Nova York.
O que aconteceu
"Me recuso a construir tecnologia que alimenta genocídio", disse engenheiro. Durante palestra de Barak Regev, chefe do Google Israel, um engenheiro da empresa se levantou e disse que se recusava "a construir tecnologia que alimenta o genocídio", em referência à ofensiva de Israel contra a Palestina.
Palestra de Regev visava mostrar "resiliência da indústria tecnológica de Israel". O chefe do Google Israel falou em um bloco da convenção chamado "Crescer. Inovar. Entregar: traçando a resiliência da indústria de tecnologia de Israel", e discursou sobre o caminho para o país se tornar "uma nação impulsionada por inteligência artificial".
"Projeto Nimbus" é produzido pelo Google para Israel. Durante sua fala, o engenheiro menciona o "Projeto Nimbus", iniciativa de programas de inteligência artificial produzidos e vendidos pelo Google para o governo de Israel. Funcionários do Google e da Amazon escreveram ao jornal The Guardian sobre seu temor da tecnologia desenvolvida por eles ser usada para coletar dados e monitorar palestinos ilegalmente.
Nossos empregadores assinaram um contrato chamado Projeto Nimbus para vender tecnologia perigosa aos militares e ao governo israelense. Este contrato foi assinado na mesma semana em que os militares israelitas atacaram os palestinianos na Faixa de Gaza - matando quase 250 pessoas, incluindo mais de 60 crianças. A tecnologia que as nossas empresas contrataram para construir tornará a discriminação e o deslocamento sistemáticos levados a cabo pelos militares e pelo governo israelitas ainda mais cruéis e mortíferos para os palestinos. O Projeto Nimbus é um contrato de US$ 1,2 bilhão para fornecer serviços em nuvem para os militares e o governo israelense. Esta tecnologia permite uma maior vigilância e recolha ilegal de dados sobre os palestinianos e facilita a expansão dos colonatos ilegais de Israel em terras palestinianas.
Funcionários de Google e Amazon, em texto ao The Guardian