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Exército de Israel anuncia retirada de tropas do sul de Gaza

Do UOL, em São Paulo

07/04/2024 08h01Atualizada em 07/04/2024 14h14

Israel anunciou a retirada de tropas terrestres do sul da Faixa de Gaza. A guerra completa hoje seis meses.

O que aconteceu

Todas as tropas terrestres serão retiradas, exceto uma brigada, informou um porta-voz militar. Uma brigada israelense costuma ter milhares de soldados.

A Brigada Nahan permanecerá no centro e norte de Gaza. Israel quer manter os civis no sul do país, segundo o jornal Jerusalem Post.

Apesar do anúncio, o Exército não descartou novas operações. "A divisão deixou a Faixa de Gaza para se recuperar e se preparar para operações futuras", afirmou as Forças de Israel em comunicado enviado à AFP.

O Exército não divulgou outros detalhes. A retirada acontece em meio a uma nova rodada de negociações por um cessar-fogo e libertação de reféns do Hamas.

Após o anúncio, dezenas de refugiados palestinos em Rafah, na fronteira com o Egito, iniciaram sua viagem de retorno a Khan Yunis a pé, de carro ou em carroças, segundo imagens da AFP.

A maioria da população de Gaza está espremida em cidades do sul de Gaza. Os civis foram forçados por Israel a deixar o norte do país no início da guerra.

Em pouco tempo, a região sul virou alvo de ataques israelenses. O Exército atacou até hospitais, que eram usados como abrigos por civis. Na última segunda (1º), militares lançaram ataques aéreos contra o comboio de uma ONG americana. Eles tinham saído de um armazém no centro de Gaza em direção a Khan Younis, no sul.

Israel e Hamas negociam cessar-fogo

Delegações dos Estados Unidos, Catar, Israel e Hamas estão no Egito para chegar a um acordo. Israel sofre pressão internacional para encerrar a guerra em Gaza.

O Hamas indicou que "não renunciará" às suas demandas. Entre elas, um cessar-fogo completo, a retirada das tropas de Israel, o retorno das pessoas deslocadas às suas casas, o aumento da ajuda humanitária e a troca de reféns por prisioneiros palestinos.

O governo israelense afirma estar determinado a continuar a guerra até "eliminar o Hamas". O grupo é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos, União Europeia e por Israel.

O presidente americano Joe Biden, cujo governo é o principal fornecedor de armas de Israel, também sugeriu, pela primeira vez, condicionar a ajuda dos EUA. Israel deve reduzir a mortes de civis e permitir uma maior entrada de ajuda humanitária no território palestino.

A invasão do Hamas no sul de Israel deixou 1.170 pessoas mortas, segundo uma contagem da AFP baseada em dados israelenses. Ainda há 129 reféns detidos em Gaza, incluindo 34 que estariam mortas.

A resposta de Israel matou 33.137 pessoas, a maioria civil, segundo o Ministério da Saúde do Hamas em Gaza. Outras 2,4 milhões de pessoas estão à beira da fome, diz a ONU.

*Com informações de Reuters e AFP

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