Conteúdo publicado há 7 meses

Preso em embaixada é levado para prisão de segurança máxima no Equador

O ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas, que foi preso na Embaixada do México em Quito, foi transferido para uma penitenciária de segurança máxima do país. A polícia equatoriana invadiu a embaixada na noite de sexta-feira (5) para prender Glas, que estava refugiado no local desde dezembro de 2023.

O que aconteceu

Ex-vice-presidente foi levado para prisão na cidade portuária de Guayaquil. Ele está detido no CPL (Centro de Privação de Liberdade) nº3 de Guayas, mais conhecido como prisão La Roca. A informação da transferência foi confirmada pelo SNAI (Serviço Nacional de Atenção Integral aos Adultos Privados de Liberdade e Adolescentes Infratores), responsável pela gestão dos estabelecimentos prisionais no país, no X (antigo Twitter).

Transferência de ex-vice-presidente teve forte aparato policial. A operação de segurança contou com agentes das Forças Armadas e da Polícia Nacional equatoriana.

Imagem registrou Glas durante a sua chegada à prisão de segurança máxima em Guayaquil. A foto, divulgada pela polícia equatoriana através da agência de notícias AFP, mostra o ex-vice-presidente equatoriano sendo escoltado por membros do GEAP (Grupo de Ação Penitenciária Especial).

Após a prisão, Glas havia ficado a madrugada deste sábado (6) detido na Unidade de Flagrantes em Quito antes de ser transferido. A informação foi divulgada pelo jornal El Universo, do Equador.

Serviço Nacional informou que Glas seria submetido a avaliação médica ao dar entrada na unidade prisional. Também foi divulgado que o ex-vice-presidente seria colocado em uma cela de acordo com os critérios de classificação iniciais da prisão, em cumprimento ao procedimento previsto na regulamentação legal do país.

Entenda o caso

México havia concedido asilo político ao ex-vice-presidente horas antes da invasão da polícia na embaixada. O Equador classificou de "ilegal" o asilo concedido a Glas, que foi condenado a seis anos de prisão por corrupção.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, ordenou a suspensão das relações diplomáticas com o Equador. "Trata-se de uma violação flagrante do direito internacional e da soberania do México", disse. A Convenção de Viena estabelece que as embaixadas são territórios invioláveis. A Nicarágua também anunciou o rompimento de "todas as relações diplomáticas" com o Equador após o caso.

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O anúncio da concessão de asilo a Glas aconteceu um dia depois que o governo do Equador declarou "persona non grata" a embaixadora mexicana Raquel Serur e ordenou sua saída do país.

Itamaraty condenou a invasão da embaixada do México. O presidente Lula (PT) prestou solidariedade ao mandatário mexicano. "A ação constitui clara violação à Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas", afirmou o órgão, por meio de nota.

Defesa do asilo

Jorge Glas, que foi vice-presidente de Rafael Correa (2007-2017), cumpriu pena pelo escândalo de propinas da Odebrecht. Porém, ele enfrenta outro mandado de prisão por supostamente desviar fundos destinados a trabalhos de reconstrução após um terremoto em 2016.

Ex-vice-presidente e o próprio Correa afirmam que se trata de uma perseguição política. O ex-mandatário, que ainda é bastante popular em seu país, foi condenado a oito anos de prisão por corrupção e inabilitado politicamente. Ele vive exilado na Bélgica, país de origem de sua esposa.

México já havia rejeitado uma solicitação do Equador para permitir a captura de Glas na embaixada. Na sexta, López Obrador fez uma defesa ferrenha do instituto do asilo no México apontando que, no passado, salvou a vida de muitos latino-americanos perseguidos por ditaduras. Nos últimos anos, o país concedeu asilo ou refúgio a outros ex-colaboradores de Correa.

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(Com agências internacionais)

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