Serviço Secreto não fez varredura no prédio onde atirador de Trump estava
Do UOL, em São Paulo
15/07/2024 10h42Atualizada em 15/07/2024 10h49
Um porta-voz do Serviço Secreto dos Estados Unidos admitiu nesta segunda-feira (15) que não foi feita uma varredura no prédio onde o atirador de Donald Trump estava. O ex-presidente republicano foi alvo de um atentado no sábado (13), durante um comício na Pensilvânia, mas teve apenas ferimentos na orelha.
O que aconteceu
Serviço Secreto usou policiais locais para garantir a segurança no prédio. Um porta-voz confirmou à CNN que, durante o comício, deveria ter havido agentes postados naquela área, mas não soube explicar a posição exata, nem dizer qual polícia estava responsável por cuidar do local. Outra fonte com conhecimento sobre o Serviço Secreto citou patrulhas móveis como parte de alguns planos operacionais. O nome do porta-voz não foi informado pela emissora.
Atirador de Trump foi visto por testemunhas, que alertaram policiais. Sua movimentação foi gravada por pessoas que não conseguiram entrar no comício. Elas acompanhavam o discurso do ex-presidente do outro lado de um alambrado, por um telão. "Eles [policiais] tiveram bastante tempo e oportunidade para eliminar a ameaça", diz o texto escrito em um dos vídeos.
Parceria com forças de segurança locais é prática comum no Serviço Secreto. A Convenção Nacional Republicana, que começa hoje, contará com o mesmo esquema de segurança, segundo a CNN.
Diretora disse estar confiante no plano elaborado para a Convenção. Em comunicado oficial, Kimberly Cheatle afirmou que as medidas de segurança foram revisadas após o atentado na Pensilvânia e que o Serviço Secreto continuará a fazer adaptações "conforme for necessário". "Além dos reforços adicionais de segurança que fornecemos ao ex-presidente Trump em junho, também implementamos mudanças (...) para garantir sua proteção contínua durante a convenção e o restante da campanha", informou a diretora do Serviço Secreto.
O Serviço Secreto está trabalhando com todas as agências federais, estaduais e locais envolvidas para entender o que aconteceu, como aconteceu e como podemos evitar que um incidente como este ocorra novamente. (...) Temos a enorme responsabilidade de proteger os líderes atuais e anteriores de nossa democracia. É algo que levo extremamente a sério, e estou comprometido em cumprir essa missão.
Kimberly Cheatle, diretora do Serviço Secreto, em nota
Como foi o atentado
Trump discursava a apoiadores quando foi alvo de disparos. Nos vídeos que registraram o momento, é possível ouvir os tiros e, logo depois, Trump leva a mão à orelha e se abaixa. Em seguida, agentes do Serviço Secreto correm para protegê-lo no palanque. O comício era realizado em Butler, no estado da Pensilvânia.
Imagens mostram que parte da orelha de Trump sangrou. Quando foi retirado do local por seguranças, o republicano ergueu o punho em direção à multidão. "Senti a bala rasgando a pele", escreveu Trump em uma rede social.
Duas pessoas morreram, sendo uma delas o atirador. O atentado está sendo investigado como possível ato de terrorismo doméstico. De acordo com Anthony Guglielmi, chefe de comunicação do Serviço Secreto, os disparos foram feitos de uma "posição elevada" fora do comício, e o atirador foi "neutralizado" por agentes. Outras duas pessoas ficaram gravemente feridas.
Presidente Lula (PT) classificou o episódio como 'inaceitável'. "O atentado contra o ex-presidente Donald Trump deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política. O que vimos hoje é inaceitável", publicou Lula no X (ex-Twitter).