Vingança? Por que Irã iria querer matar Trump, como Serviço Secreto diz?
A imprensa norte-americana divulgou que autoridades do país descobriram um plano iraniano para assassinar o candidato à presidência dos Estados Unidos Donald Trump. O ataque seria vingança pela morte de comandante iraniano ordenada por Trump. O país do Oriente Médio, entretanto, nega qualquer tipo de plano.
O que aconteceu
Serviço Secreto diz que plano foi descoberto antes do atentado na Pensilvânia. O Serviço Secreto dos Estados Unidos aumentou a segurança de Donald Trump nas últimas semanas, após a descoberta de um plano iraniano que teria a intenção de assassinar o republicano.
Ameaças são rastreadas. Conselho de Segurança Nacional dos EUA informa que rastreia as ameaças iranianas contra ex-funcionários do governo Trump. "Consideramos esse um tema de segurança nacional da mais alta prioridade", afirma o conselho. Já o Serviço Secreto informou que recebe "constantemente novas informações sobre potenciais ameaças" e que toma medidas "para ajustar os recursos conforme necessário".
Plano não teria ligação com atentado na Pensilvânia. Segundo as autoridades, o plano encomendado pelo Irã não teria conexão com o atentado sofrido por Trump no último sábado (13), quando tiros foram disparados em direção ao candidato durante comício em Butler, na Pensilvânia. Na ocasião, Trump levou um tiro de raspão na orelha e o atirador foi morto por agentes do Serviço Secreto.
Irã nega qualquer tipo de plano contra Trump. Nesta quarta-feira (17), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Kanaani, negou envolvimento. "Há objetivos políticos malignos por trás de tal afirmações", declarou. Segundo a Irna, agência de notícias oficial do Irã, o país "nunca esteve e nunca estará envolvido em qualquer ataque armado contra Trump".
Vingança pela morte de comandante iraniano
Motivação de eventual ataque seria vingança. Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, declarou que o governo dos EUA considera a ameaça de assassinato como fruto "do desejo do Irã de buscar vingança pela morte de Qasem Soleimani".
Soleimani morreu em ataque no Iraque. Comandante das Forças Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária Iraniana, Soleimani foi vítima de um ataque com drone promovido pelos Estados Unidos na saída do Aeroporto Internacional de Bagdá, no Iraque, em janeiro de 2020.
Trump, que era presidente dos EUA na época do ataque, afirmou que a morte de Soleimani foi uma "resposta" ao governo iraniano. Antes da iniciativa que resultou na morte do comandante, um civil norte-americano havia sido morto em um ataque por míssil contra uma base militar dos EUA no Iraque.
Exército comandado por Soleimani foi considerado grupo terrorista pelas autoridades norte-americanas. Autoridades do país afirmaram que Soleimani e suas tropas foram "responsáveis pela morte de centenas de americanos e membros do serviço de coalizão e pelo ferimento de milhares de outros".
Representantes iranianos afirmaram que as autoridades do país estão determinadas a conduzir ações judiciais contra Trump por seu papel na morte do comandante. Em um comunicado à agência de notícias Reuters, divulgado ontem (16), a missão do Irã na ONU declarou que "Trump é um criminoso que deve ser processado e punido em um tribunal por ordenar o assassinato do general Soleimani". Segundo o comunicado, o Irã "escolheu o caminho legal para levá-lo à Justiça".
Tribunal no Irã já condenou os EUA pela morte de Soleimani. Em dezembro de 2023, um tribunal local condenou o governo norte-americano a pagar cerca de 50 bilhões de dólares (mais de R$ 273 bilhões na cotação atual) por perdas e danos pelo assassinato do militar.
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