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Após resgate de 6 corpos, Hamas mantém 64 reféns vivos em Gaza, diz agência

Reféns que estão sob posse do grupo extremista Hamas Imagem: Hostages Families Forum Headquarters / AFP

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/09/2024 08h02

O grupo extremista Hamas mantém pelo menos 64 reféns israelenses "supostamente vivos" sob seu domínio na Faixa de Gaza. O levantamento foi realizada pela agências de notícias francesa AFP.

O que aconteceu

Reféns são usados como moeda de troca pelo Hamas na guerra contra Israel. O grupo extremista usa as vítimas do sequestro de 7 de outubro de 2023 para negociar um cessar-fogo, além da libertação de prisioneiros apreendidos pelas forças israelenses.

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Hamas sequestrou 251 pessoas na invasão ao estado judeu no ano passado. Desse total, 117 foram libertados no decorrer da guerra, alguns deles eram estrangeiros, enquanto 70 tiveram a morte confirmada — entre os mortos, 37 corpos foram repatriados para serem sepultados e outros 33 permanecem sob os escombros de Gaza.

Reféns incluem duas crianças, cinco mulheres, 11 soldados e sete estrangeiros. Dos 64 que acredita-se estarem vivos, ao menos 57 são israelenses, seis são da Tailândia e um do Nepal, ainda segundo a AFP.

Corpos resgatados

Israel resgatou os corpos de seis reféns em um túnel de Rafah, no sul da Faixa de Gaza no domingo (1º). Eles teriam sido executados pouco antes da chegada dos israelenses. Entre os mortos, estava jovem americano-israelense que se tornou um dos reféns mais famosos do Hamas.

Corpos pertencem a quatro homens e duas mulheres, todos sequestrados naquele 7 de outubro. Eles foram identificados como Carmel Gat, Eden Yerushalmi, o americano-israelense Hersh Goldberg-Polin, Alexander Lobanov, Almog Sarusi e Ori Danino.

Centenas de milhares de civis foram às ruas do país após a descoberta dos corpos de seis reféns em Rafah. Parte dos manifestantes culpa Benjamin Netanyahu pelo fracasso nas negociações de paz com o Hamas. O primeiro-ministro reagiu ao anúncio de greve feito por sindicais, que ele chamou de "vergonha".

O premiê israelense também afirmou que só descansará quando capturar os responsáveis pela morte dos seis reféns. Ele diz que Israel está comprometido a chegar a um acordo com Hamas, mas que "quem mata reféns não quer um acordo".

O presidente dos Estados Unidos reagiu em tom duro contra Netanyahu. Em declaração à imprensa norte-americana na segunda-feira (2), Joe Biden afirmou que o primeiro-ministro de Israel "não tem feito o suficiente" para fechar um acordo de paz com o Hamas que permita a libertação dos reféns.

Hamas ameaça matar reféns

Extremistas disseram que reféns vão voltar "em caixões" caso Israel não feche acordo. Grupo compartilhou um comunicado das brigadas Ezzedine al-Qassam no Telegram, e disse que "novas instruções foram dadas" aos guardas dos reféns caso soldados israelenses se aproximem do local de detenção.

"A insistência de [Benjamin] Netanyahu em libertar os prisioneiros através da pressão militar em vez de concluir um acordo significa que eles retornarão para suas famílias em caixões", declarou Abu Ubaida, porta-voz do braço militar do Hamas nas Brigadas Al-Qassam.

Grupo diz que premiê é responsável por vida e segurança dos reféns. "O criminoso Netanyahu é responsável pelas vidas e segurança dos prisioneiros detidos pela resistência e, apesar da preocupação do movimento pela sua segurança e bom tratamento, continua a insistir em matá-los e a ignorar as suas condições", diz o texto.

Todos os prisioneiros detidos pela resistência podem regressar imediatamente às suas famílias. Aquele que está atrasando o seu regresso e o responsável pelas suas vidas é [Benjamin] Netanyahu. Cada atraso na sua aprovação e compromisso com o que foi alcançado significa colocar as vidas de mais prisioneiros em risco.
Comunicado do Hamas

Conflito entre Israel e Hamas escalou após o grupo extremista invadir o estado judeu no dia 7 de outubro, matar centenas de civis e fazer reféns. O governo israelense reagiu com a declaração de guerra, que já deixou mais de 40 mil civis palestinos mortos, boa parte das vítimas crianças, além de destruir a cidade de Gaza. Países como o Brasil têm insistido em um cessar-fogo, mas os EUA e Israel declinaram de várias propostas apresentadas na ONU (Organização das Nações Unidas).

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