Trump diz que não vai participar de outro debate na TV; Kamala rebate

O ex-presidente americano e candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, anunciou que não irá participar de outro debate na TV com sua adversária, a vice-presidente Kamala Harris. Horas depois, a democrata rebateu.

O que aconteceu

Trump publicou o anúncio em sua rede social, a Truth Social. "Não haverá terceiro debate", escreveu.

O ex-presidente também defendeu que venceu o debate presidencial da ABC, primeiro contra Kamala. "Quando um boxeador profissional perde a luta, a primeira coisa que ele fala é que quer uma revanche. As pesquisas mostram claramente que ganhei o debate", publicou. Trump classificou ainda a oponente como "candidata da esquerda radical dos democratas".

Democrata reagiu durante um comício na Carolina do Norte. Ela subiu ao palco e disse que "devemos" aos eleitores um novo debate para as eleições presidenciais deste ano —o segundo entre Trump e ela. Logo após o confronto de terça-feira (10), a chefe da campanha de Harris, Jen O'Malley Dillon, já havia indicado que a vice-presidente dos EUA desejaria participar de outro encontro, em outubro.

Vantagem de Kamala cresce após debate

O debate entre os candidatos à presidência dos EUA ampliou a vantagem de Kamala Harris nas pesquisas eleitorais. Num levantamento realizado pela Ipsos/Reuters, a democrata conta com 47% de apoio, contra 42% para Donald Trump.

Antes do debate, o mesmo levantamento havia indicado uma vantagem de quatro pontos percentuais entre Harris e Trump. Segundo a agência Reuters, entre os eleitores que disseram ter ouvido pelo menos alguma coisa sobre o debate de terça-feira, 53% disseram que Harris venceu, e 24% disseram que Trump venceu. "Cerca de 52% dos entrevistados disseram que Trump tropeçou e não pareceu afiado, enquanto 21% disseram o mesmo de Harris", apontou.

A pesquisa entrevistou 1.690 adultos americanos em todo o país, incluindo 1.405 eleitores registrados. A margem de erro foi de cerca de três pontos percentuais para os eleitores registrados.

Republicanos pedem que Trump aceite novo debate contra Kamala

Aliados do candidato republicano têm se posicionado de maneira favorável à participação do ex-presidente em um novo debate.

"Perdemos muitas oportunidades", diz senador. Ao site The Hill, Thom Tillis defendeu que Trump participe de um novo debate, alegando que "faz muito mais sentido, em vez de falar de cães e gatos, falar de 1,5 milhões de fugas", disse ele, em referência a imigrantes que entraram nos Estados Unidos ilegalmente, fugindo da polícia da fronteira. "Acho que seria uma oportunidade. Se eu estivesse na posição de Trump, participaria [de novo debate]", complementou o senador Rick Scott.

Outros republicanos defendem debate apenas em "ambiente conservador". "Eu nunca mais debateria em um ambiente liberal", disse o também republicano Markwayne Mullin, que defendeu que se houver um próximo debate, deve ocorrer em alguma rede como a Fox News, de linha editorial conservadora.

Em coletiva, Trump já havia dito que Kamala queria "revanche" por "ter ido mal". "Vamos analisar, mas eles querem um segundo debate porque perderam" disse o ex-presidente. Em postagem no Truth Social, sua rede social, Trump complementou: "Ela foi espancada violentamente ontem à noite [...] Então, por que eu faria uma revanche?".

Na manhã de quarta-feira (11), ex-presidente disse estar "menos inclinado" a novo encontro. Durante participação no programa "Fox & Friends", da Fox News, Trump foi questionado sobre a possibilidade de um novo encontro, e afirmou que "estaria menos inclinado" a outra participação. No mesmo programa, o republicano afirmou que o debate na ABC News foi "manipulado" contra ele, mas que mesmo assim "teve uma ótima noite".

Trump postou pesquisas nichadas em sua rede social. Após o debate, o republicano postou quatro pesquisas — três delas realizadas no X (antigo Twitter) — que mostravam uma vitória substancial de Trump contra sua adversária. Em uma delas, realizada pela rede conservadora Newsmax, 93% dos entrevistados responderam que Trump foi o vencedor do confronto. Essas pesquisas não têm validação científica e não representam o eleitorado americano.