Jamil Chade

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Reportagem

Kamala tem 5 pontos de vantagem sobre Trump em primeira pesquisa pós-debate

Levantamento realizado pela Ipsos/Reuters, após o debate entre os candidatos à presidência dos EUA, aponta que a candidata Kamala Harris tem 5 pontos percentuais de vantagem sobre Donald Trump.

A democrata conta com 47% das intenções de votos, contra 42% do republicano. Antes do debate, o mesmo levantamento havia indicado uma vantagem de quatro pontos percentuais.

A pesquisa entrevistou 1.690 adultos americanos em todo o país, incluindo 1.405 eleitores registrados.

Como a margem de erro foi de cerca de três pontos percentuais para os eleitores registrados, há um empate técnico entre os dois candidatos.

Segundo a agência Reuters, entre os eleitores que disseram ter ouvido pelo menos alguma coisa sobre o debate de terça-feira, 53% disseram que Harris venceu, e 24% disseram que Trump venceu.

"Cerca de 52% dos entrevistados disseram que Trump tropeçou e não pareceu afiado, enquanto 21% disseram o mesmo de Harris", apontou.

Ter a vantagem de votos é importante, mas não garante uma vitória. A pesquisa divulgada se refere aos votos populares. Na eleição americana, o Colégio Eleitoral de cada um dos estados é que determina quem ocupa a Casa Branca. Em 2016, a candidata Hillary Clinton superou Trump nos votos populares, mas não foi eleita no Colégio Eleitoral.

Trump na defensiva

Durante o debate, Harris colocou o republicano na defensiva logo de início, e o manteve nesta posição ao longo de 90 minutos.

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A democrata desmontou a estratégia de Trump de tentar vincular sua candidatura à gestão de Joe Biden. Mas, para além do afastamento em relação ao atual presidente, a democrata foi hábil o suficiente para não usar suas resposta para defender o atual presidente. Biden não é popular, e trazê-lo ao debate poderia ser prejudicial aos democratas.

"Ela é Biden", declarou Trump. "Você não está concorrendo com Biden", respondeu a democrata. "Claramente eu não sou Biden e não sou Trump. Estou oferecendo uma nova geração de liderança ao nosso país", disse, tentando mudar o rumo do debate.

Trump, por sua vez, se mostrou irritado com as perguntas, foi desmentido em duas ocasiões e proliferou teorias conspiratórias.

Se sua estratégia era insistir que Kamala não tinha um plano de governo, foi ele quem teve de admitir que não poderia detalhar qual seria sua alternativa aos planos de saúde questionados pelos republicanos. "Eu tenho conceitos de um plano", disse, sem explicar.

Confuso em certas ocasiões, Trump disse que não tinha qualquer relação com os ataques de 6 de janeiro de 2021. Mas manteve que venceu a eleição, uma mentira.

Trump, hesitante em seu posicionamento, não respondeu se iria lutar para que a Ucrânia vença a guerra. A ausência de um compromisso com Kiev foi usada por Harris para alertar aos descendentes de poloneses nos estados chave da eleição de que Trump não os defenderia.

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O ponto fraco de Harris foi sua defensa sobre a retirada dos EUA do Afeganistão, que de fato foi caótica e mostrou um governo fraco. Harris tampouco convenceu quando falou de Israel e Gaza, repetindo a ambiguidade de Biden sobre a guerra.

Também não deu detalhes sobre a mudança de seu posicionamento em políticas públicas e nem detalhou todas as áreas sociais. Trump, com razão, questionou o motivo pelo qual ela não adotou esses planos enquanto esteve no governo.

Mas a candidata deu sinalizações de criar, para a fase final da corrida, um contraste entre ela - com um discurso de esperança - e um homem de quase 80 e que se mostrou irritado.

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