Pesquisas apontam corrida eleitoral disputada em estados-chave dos EUA
Pesquisas de intenção de voto indicam que as eleições tendem a ser acirradas nos chamados "swing states", considerados decisivos na escolha do novo presidente. O UOL reuniu os resultados das principais sondagens realizadas no Arizona, Carolina do Norte, Georgia, Pensilvânia e Wisconsin ao longo desta semana.
O que aconteceu
Swing states, ou estados roxos, são aqueles sem predominância de vitórias republicanas ou democratas ao longo da história. A maioria dos estados norte-americanos tende a ter maioria de votos para um dos dois partidos e não gera surpresas durante a contagem dos votos. Entretanto, há estados que variam os escolhidos em cada eleição, elegendo tanto republicanos quanto democratas, geralmente por margens muito acirradas. Por isso, os estados recebem o apelido de "roxos", pois representam a mistura entre os partidos vermelho (Republicanos) e azul (Democratas).
Eleições acontecem em sistema de colégio eleitoral. Nos EUA, o presidente e vice não são eleitos diretamente pelo voto dos cidadãos. Os eleitores, na realidade, escolhem os representantes do colégio eleitoral de seus respectivos estados. O número de delegados em cada estado vai de três a 54, sendo proporcional ao tamanho da população e de congressistas. O candidato que conseguir a maioria dos votos daquela população leva o número total de delegados, independentemente da margem entre as porcentagens dos concorrentes. No total, um candidato precisa conquistar 270 dos 538 delegados para ser eleito.
Estados roxos estão espalhados pelo país. A cada eleição, os estados mais "indecisos" podem variar. Em todas as ocasiões, os estados de Nevada, Arizona, Wisconsin, Michigan, Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte são considerados muito decisivos. Neste ano, a mídia americana está destacando também Minnesota, Flórida e New Hampshire.
Arizona
Republicano aparece com 50% das intenções de voto. Na pesquisa anterior, divulgada em 25 de agosto, Harris liderava por 48% a 47%. Neste mês, Trump é visto como uma melhor opção para lidar com a imigração (56% a 41%), e Kamala é favorita para tratar da questão do aborto (56% a 41%). Pesquisa Beacon Research/Shaw & Company Research/Fox News foi realizada com 1.021 pessoas entre 20 e 24 de setembro, e tem margem de erro de 3%.
Harris aparece com 49% na sondagem Morning Consult/Bloomberg. A democrata foi a escolha de 49% dos entrevistados, enquanto 46% optaram por Trump, 2% citaram Chase Oliver e 1% indicou Jill Stein. A pesquisa foi realizada entre 19 e 25 de setembro com 926 entrevistados, e tem margem de erro de três pontos percentuais.
Para 26% dos entrevistados, a preservação da democracia é a questão mais importante na escolha do voto. Também foram citadas a inflação (26%), imigração (21%) e aborto (14%). Sondagem Marist College foi realizada com 1.524 pessoas entre 19 a 24 de setembro, e tem margem de erro de 3,5 pontos percentuais.
Carolina do Norte
Kamala tem apoio de 49% dos entrevistados, e Trump vem logo atrás, com 47%. Na pesquisa anterior, divulgada no final de agosto, candidatos estavam empatados com 48%. A pesquisa Morning Consult/Bloomberg foi realizada com 828 eleitores entre 19 e 25 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Candidatos empatados em 48% na pesquisa CNN/SSRS. Harris é vista pelos eleitores como uma melhor escolha para unir o país (44% a 35%) e para se importar com pessoas como elas (46% a 42%). Já Trump é visto como o favorito para trazer a mudança necessária (44% a 42%) e teria planos políticos claros para resolver os problemas do país (42% a 39%). As entrevistas foram conduzidas com 931 pessoas entre 20 a 25 de setembro, e a pesquisa tem margem de erro de 3,9 pontos percentuais.
Marist College aponta Trump e Kamala empatados em 49%. Segundo a pesquisa, 1% pretende votar em um candidato da terceira via e 1% não sabe. Os eleitores da Carolina da Norte pensam que as qualidades mais importantes para um candidato são: honestidade e confiabilidade (24%), liderança forte (23%) e proximidade com as questões dos eleitores (19%). Sondagem com 1.605 foi conduzida entre 19 a 24 de setembro, e tem margem de erro de 3,4 pontos percentuais.
Georgia
Candidatos aparecem empatados em 48%, segundo Morning Consult/Bloomberg. O candidato da terceira via Chase Oliver ficou com 2% das intenções de voto. Na pesquisa anterior, divulgada em 27 de agosto, Harris tinha vantagem de 2%. A sondagem tem margem de erro de três pontos percentuais, e entrevistou 913 eleitores prováveis entre 19 e 25 de setembro.
YouGov aponta que Trump tem 51% das intenções de voto, mas permanece empatado tecnicamente com Kamala, que tem 49%. A pesquisa também questionou os moradores da Georgia - estado onde ocorreu um tiroteio em uma escola que deixou quatro mortos e nove feridos recentemente - como as ações dos candidatos poderiam afetar a violência com armas. Para 35% dos entrevistados, as políticas de Kamala reduziriam essa violência, enquanto 25% pensam que a gestão de Trump teria o mesmo efeito. A sondagem YouGov/CBS News foi feita com 1.441 pessoas entre 20 e 24 de setembro, e tem margem de erro de 3,5 pontos percentuais.
Um em cada dez eleitores acredita que pode mudar de opinião até as eleições. Enquanto 88% dos entrevistados já decidiu em quem deve votar, 11% pode mudar de opinião e 1% não sabe. O grupo mais indeciso é o de eleitores independentes - aqueles que não se consideram republicanos nem democratas -, em que três em cada dez pessoas ainda podem mudar de ideia. A sondagem Beacon Research/Shaw & Company Research/Fox News entrevistou 1.006 pessoas entre 20 e 24 de setembro, e tem margem de erro de 3%.
Marist College: Trump tem 1% de vantagem no público geral, Kamala lidera por 5% entre eleitores independentes. Harris conquistou mais da metade dos eleitores independentes, alcançando 51%. Nas eleições de 2020, o candidato democrata Joe Biden chegou a abrir margem de 9% neste grupo. A sondagem entrevistou 1.514 pessoas entre 19 e 24 de setembro, e tem margem de erro de 3,6 pontos percentuais.
Pensilvânia
Kamala lidera por 3,2%, mas candidatos ficam empatados pela margem de erro. A pesquisa Activote apontou que 51,6% dos eleitores pretendem votar na democrata, enquanto 48,8% escolhem o republicano. A sondagem foi realizada com 400 pessoas entre 1º e 25 de setembro, e tem margem de erro de 4,9 pontos percentuais.
Trump e Harris aparecem perfeitamente empatados em outra pesquisa. Na sondagem Susquehanna Polling & Research/La Torre Live, os candidatos aparecem com 46% das intenções de voto, enquanto 6% dos eleitores estão indecisos e 1% deve votar em um terceiro candidato. A pesquisa tem margem de erro de 3,7 pontos percentuais e entrevistou 700 pessoas entre 16 e 22 de setembro.
Democrata tem apoio de mais da metade dos eleitores no levantamento Morning Consult/Bloomberg. Enquanto Harris é a escolha de 51% dos eleitores, 45% preferem Trump e 3% decidiram votar em Chase Oliver, candidato da terceira via. Na pesquisa retrasada, publicada em 27 de julho, logo após a desistência de Biden, Trump aparecia com dois pontos percentuais a mais que Kamala. A sondagem mais recente entrevistou 924 eleitores prováveis entre 19 e 25 de setembro, e tem margem de erro de três pontos percentuais.
Wisconsin
RMG Research/Napolitan News Service: Kamala tem 50% das intenções de voto; Trump fica com 49%. Harris se destaca entre os eleitores independentes, alcançando 55% de apoio, contra 40% de Trump. A atual vice-presidente também é a preferida para os eleitores de 18 a 44 anos, enquanto o republicano é o favorito entre os entrevistados de 45 a 54 anos. Pesquisa RMG Research/Napolitan News Service foi feita com 788 pessoas entre 17 e 23 de setembro, e tem margem de erro de 3,5%.
Morning Consult/Bloomberg: vantagem de democrata caiu de oito para três pontos percentuais e chegou no limite da margem de erro. No final de julho, logo após a desistência de Joe Biden da corrida presidencial, o republicano aparecia com um ponto a mais. Em agosto, Kamala conseguiu conquistar 52% das intenções de voto, deixando Trump com 44%. Neste mês, o ex-presidente conseguiu diminuir a distância e chegou a 47%, mas continua atrás de Harris, que tem 50%. A sondagem Morning Consult/Bloomberg mais recente foi realizada entre 19 e 25 de setembro com 785 entrevistados, e tem margem de erro de três pontos percentuais.