Tripulação do navio de apoio sentiu tremor após perder contato com o Titan
Colaboração para o UOL
28/09/2024 20h24
Durante as investigações da Guarda Costeira dos EUA sobre a implosão do submersível Titan, o capitão do Polar Prince revelou ter sentido um tremor no navio no momento exato em que o submersível perdeu contato.
O que aconteceu
O capitão do Polar Prince relatou um tremor no momento da perda de contato com o Titan. Durante a última audiência da Guarda Costeira dos EUA, Jason Neubauer, presidente do Conselho de Investigação da Marinha, revelou que o capitão relatou, em retrospecto, ter sentido um leve tremor. Este evento ocorreu durante o mergulho de junho de 2023, quando o Titan realizava sua expedição para explorar os destroços do Titanic.
Essa informação não foi compartilhada de imediato com as autoridades de resgate. O capitão afirmou que, na época, o tremor não foi relacionado à perda de contato com o submersível e, por isso, não foi reportado à Guarda Costeira. O capitão Jamie Frederick, do Setor de Boston, disse que a omissão desse detalhe pode ter impactado drasticamente os esforços de busca.
Se a Guarda Costeira soubesse do tremor, o foco das buscas poderia ter sido ajustado. Frederick ressaltou que, se essa informação tivesse sido comunicada imediatamente, poderia ter influenciado a missão de busca e resgate. Segundo ele, era inconcebível que a tripulação não compartilhasse o tremor com o comando unificado.
A equipe de resgate utilizou tecnologia avançada para encontrar os destroços do Titan. Um veículo operado remotamente, capaz de atingir 6.000 metros de profundidade, foi responsável por localizar os destroços do submersível em 22 de junho de 2023. O cone de cauda foi o primeiro componente encontrado, o que confirmou a perda total da embarcação.
Fatalidades e reações
A tragédia resultou na morte de todos os cinco tripulantes a bordo. Entre as vítimas estavam Stockton Rush, cofundador e CEO da OceanGate, e o explorador francês Paul Henri Nargeolet. O empresário britânico Hamish Harding, o paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Suleman, de 19 anos, também faleceram na implosão.
O Titan possuía sistemas de sobrevivência, mas a magnitude da tragédia foi total. Frederick mencionou que a equipe de resgate sabia que o submersível estava equipado com sistemas de sobrevivência, mas nunca discutiram a suspensão das buscas. Segundo ele, não houve especulação sobre o momento exato da implosão.
Ruídos de batidas foram detectados no dia seguinte à implosão, mas não eram de natureza humana. Frederick explicou que boias de sonar captaram sons de batidas, que inicialmente deram esperança de sobreviventes. No entanto, dois dias depois, a Marinha dos EUA determinou que os ruídos não eram de origem humana.
Uma anomalia acústica consistente com uma implosão foi detectada logo após a perda de contato. A Marinha dos EUA informou que uma anomalia, possivelmente relacionada à implosão, foi detectada no local. Os dados eram classificados e, apesar de não serem definitivos, foram comunicados um dia após a perda do submersível.
A resposta internacional foi complexa e envolveu tecnologia de ponta. O esforço de resgate foi global, com múltiplas equipes e veículos especializados. A localização dos destroços foi fundamental para confirmar a tragédia e encerrar a missão de busca do Titan, que culminou em uma perda total.