Ataque do Irã contra Israel repercute entre autoridades internacionais
Do UOL, em São Paulo e Colunista do UOL, em Nova York (EUA)
01/10/2024 17h35Atualizada em 02/10/2024 00h17
Autoridades e líderes mundiais se posicionaram sobre o ataque realizado pelo Irã contra o território israelense nesta terça-feira (1º).
Líderes reagem a ataque
"Estou extremamente preocupado", diz Antonio Guterres. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas "condenou o aumento do conflito no Oriente Médio", e publicou: "Isso deve parar. Absolutamente precisamos de um cessar-fogo".
Biden e Kamala tiveram reunião sobre ataques. A Casa Branca anunciou mais cedo que Joe Biden e Kamala Harris estavam "monitorando o ataque iraniano contra Israel" e que o democrata "direcionou ajuda militar dos Estados Unidos para auxiliar a defesa de Israel contra os ataques e derrubar mísseis". O presidente americano falou há pouco que os EUA "apoiam totalmente" o Estado de Israel, e que o ataque foi "completamente derrotado".
Rússia avalia que ataque ressalta crise na política externa americana. Em comunicado oficial, o Kremlin afirmou que a situação no Oriente Médio evidencia o "fracasso total" da política dos Estados Unidos.
União Europeia vê risco de ataques "saírem de controle". O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, afirmou que "a UE segue plenamente comprometida a contribuir para evitar uma guerra regional". Par ele, "o perigoso ciclo de ataques e represálias corre o risco de sair do controle. É necessário um cessar-fogo imediato em toda a região".
Primeiro-ministro inglês conversou com Netanyahu. Keir Starmer condenou o ataque iraniano e pediu uma desescalada dos conflitos na região. Segundo a Sky News, Starmer ligou para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e para o rei da Jordânia, Abdullah II.
Alemanha pediu que Irã pare com ataques. Em publicação nas redes sociais, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, escreveu: "Condeno o ataque em curso nos termos mais fortes possíveis. Advertimos fortemente o Irã contra esta escalada perigosa. O Irã deve parar imediatamente o ataque. Ele está levando a região ainda mais para o abismo".
Meloni condenou ataque e pediu reunião de emergência. A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, convocou uma reunião emergencial com os ministros da Defesa e das Relações Exteriores, Guido Crosetto e Antonio Tajani, respectivamente, logo depois do início das ofensivas de Teerã. "Ao condenar o ataque iraniano a Israel, o governo italiano expressa profunda preocupação com os desenvolvimentos em curso e lança um apelo à responsabilidade de todos os atores regionais, pedindo que evitem uma nova escalada", disseram.
Retaliação a mortes de líderes do Hamas e Hezbollah
Irã lançou mísseis contra território israelense. A Guarda Revolucionária Islâmica do Irã confirmou que disparou dezenas de mísseis contra Israel nesta terça-feira (1º) em resposta a mortes de líderes do Hamas e do Hezbollah.
Os ataques teriam ocorrido em duas ondas, com uma diferença de dez minutos entre as duas. Os iranianos alertaram que essa seria apenas a primeira onda de ataques e seria uma resposta aos assassinatos dos líderes do Hezbollah e Hamas.
Nas periferias de Beirute, a notícia foi comemorada, com fogos de artifício por parte dos apoiadores do Hezbollah. "Estamos atacando o coração da entidade de ocupação sionista. Caso Israel responda, nós os atingiremos mil vezes mais fortes", afirmou a Guarda Revolucionária.
O Irã afirmou que 200 mísseis foram lançados contra Israel, segundo a TV estatal do país. Fontes israelenses confirmaram que uma parte caiu sobre cidades, enquanto a maioria teria sido interceptada. Explosões foram ouvidas em Tel Aviv e Jerusalém.
Sirenes tocam por volta das 20h (horário local) em Tel Aviv, para alertar cidadãos: "continue a agir com responsabilidade e mantenha a calma, como tem feito até agora, e certifique-se de seguir as orientações. Somos fortes e podemos lidar com esse evento também", diz comunicado de Israel.
Não existem ainda informações sobre o número de pessoas afetadas. Mas analistas alertam que o impacto pode definir o destino do Oriente Médio.