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Líbano responde a ataques de Israel pela 1ª vez desde o início do confronto

Fumaça é vista no horizonte na vila de Armoun, no sul do Líbano Imagem: 1.out.2024-Photo by AFP

Do UOL*, em São Paulo

03/10/2024 15h33Atualizada em 03/10/2024 18h21

O Exército do Líbano disparou contra tropas israelenses nesta quinta-feira (3) pela primeira vez desde o início da ofensiva de Tel Aviv contra o Hezbollah, há cerca de duas semanas.

O que aconteceu

Em publicação no X, o Exército libanês informou que reagiu às agressões. O ataque ocorreu após um soldado libanês ter sido morto em um ataque israelense.

"Um dos soldados foi martirizado pelo inimigo israelense em um centro militar na região de Bint Jbeil, no sul. Os membros do centro responderam contra as fontes de disparos", afirmou a mensagem.

Antes da resposta, o Exército libanês havia divulgado que um soldado morreu e outro foi ferido em razão de um ataque "do inimigo israelense". A agressão teria ocorrido durante a realização de uma missão de evacuação e resgate com a participação da Cruz Vermelha libanesa na vila Taybeh, na cidade de Marjayoun, no sul do Líbano.

Até agora, as Forças Armadas do Líbano não haviam participado dos combates contra Israel. O governo Netanyahu alega que sua ofensiva no país é apenas contra o Hezbollah, que atua no país.

Quase 2.000 pessoas foram mortas no Líbano por ataques israelenses. Um balanço divulgado nesta quinta-feira (3) pelo ministro da Saúde libanês, Firass Abiad, indica que ao menos 1.974 pessoas morreram e outras 9.384 ficaram feridas. A maioria dessas vítimas foi registrada nas últimas duas semanas.

Hezbollah diz ter forças para atacar Israel

O grupo extremista afirmou que possui combatentes, armas e munição para atacar Israel. A informação foi divulgada pelo porta-voz do grupo, Mohammad Afif, na quarta-feira (2).

Declaração do Hezbollah foi feita a repórteres no sul do Líbano. "Nós garantimos a vocês, o inimigo, que este é apenas o primeiro round. (...) [O grupo está disposto a] sacrificar sangue e alma por nossa terra natal pela graça de Deus."

O que aconteceu em Maroun al-Ras [no distrito de Bint Jbeil, na província de Nabatiye] e outras áreas [no sul do Líbano], incluindo Odaisseh, não foi nada além da ponta do iceberg.
Mohammad Afif, porta-voz do grupo extremista

Hezbollah voltou ameaçar Israel. Na entrevista, Afif disse que a superioridade aérea israelense se transformaria "em perdas em solo". As declarações foram divulgadas enquanto Israel fazia novo ataque a pontos estratégicos no Líbano.

Incursão terrestre no Líbano começou na terça

Forças israelenses invadiram o país vizinho por terra. Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel afirmaram que a aviação e a artilharia realizam ataques de apoio na área. Cerca de vinte vilas libanesas perto da fronteira receberam ordem de evacuação. Mais de um milhão de pessoas foram deslocadas pelo conflito desde 23 de outubro, segundo a Organização das Nações Unidas.

Início da incursão ocorreu horas antes de bombardeio do Irã a Tel Aviv. Ataque foi uma resposta ao assassinato dos líderes do Hamas e do Hezbollah, informaram os iranianos. Uma parte dos mísseis caiu sobre cidades israelenses, mas a maioria foi interceptada. Três pessoas ficaram feridas na Jordânia, informou o governo local.

Israel promete retaliar o Irã após os ataques de mísseis. Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, a resposta pode provocar uma escalada da guerra. Agentes importantes no cenário mundial, incluindo os Estados Unidos e Rússia, podem dar um novo desenho ao conflito.

Presidente Joe Biden disse que apoia "totalmente" os israelenses. Ele declarou que discutiria ainda hoje uma resposta militar com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

Israel anuncia mortes de militares

Ao menos oito oficiais israelenses morreram em combates durante incursões terrestres no sul do Líbano. Todas as mortes ocorreram na quarta-feira (2), segundo as IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês). O Capitão Eitan Itzhak Oster, 22, foi primeiro a ter a morte confirmada. Um vídeo do soldado falando sobre incursão terrestre foi compartilhado por autoridades. "Não há ninguém mais orgulhoso do que eu por liderar os combatentes no cumprimento das missões", diz Eitan em publicação feita pelo ministro de Assuntos da Diáspora de Israel, Amichai Chikli.

Soldados morreram em uma batalha contra o Hezbollah e em dois "incidentes" que não foram detalhados pelo Exército. Segundo as IDF, o capitão Eitan e quatro colegas da Unidade de Comando de Egoz morreram baleados. Dois soldados da unidade de Golani foram mortos em um "incidente separado" e um soldado da Unidade de Engenharia de Yahalom em outra situação.

Todos os mortos têm menos de 24 anos. Os mais novos têm 21 anos, segundo as IDF. Além dos mortos, ao menos sete soldados foram "gravemente feridos" nos ataques. Israel não detalhou quantos membros do Hezbollah teriam morrido nas incursões terrestres no Líbano. Desde 23 de setembro, mais de mil pessoas morreram em bombardeios israelenses no Líbano.

(Com Ansa)

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