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Líbano espera cessar-fogo do Hezbollah e Israel nas próximas horas ou dias

O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, durante uma conferência de imprensa após uma conferência de ajuda internacional em apoio ao Líbano, em Paris Imagem: ALAIN JOCARD/AFP

Do UOL, em São Paulo

30/10/2024 18h15

O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, afirmou que está "otimista" com a possibilidade de um cessar-fogo "nas próximas horas ou dias" entre Israel e o movimento libanês Hezbollah.

O que aconteceu

"Estamos fazendo tudo o possível (...) para conseguir um cessar-fogo nas próximas horas ou em dias", afirmou Mikati. Declaração foi feita em uma entrevista ao canal libanês Al Jadeed.

Cessar-fogo seria possível antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, em 5 de novembro. Mikati disse que o representante dos Estados Unidos Amos Hochstein, sinalizou, durante um telefonema hoje que cessar-fogo pode ocorrer antes das eleições dos EUA. "No telefonema hoje com Hochstein, ele sugeriu que talvez pudéssemos alcançar um cessar-fogo nos próximos dias, antes do dia 5 de novembro, disse o premiê.

Funcionários americanos do alto escalão viajaram nesta quarta-feira a Israel. O objetivo da viagem é avançar nas negociações de acordos que encerrem a guerra na Faixa de Gaza e no Líbano, confirmou o Departamento de Estado. Amos Hochstein, responsável americano para tratar do conflito entre Israel e Líbano, e Brett McGurk, o principal funcionário da Casa Branca para o Oriente Médio, liderarão as conversas com Israel.

Os Estados Unidos tentam há meses selar um acordo para pôr fim à guerra em Gaza. Conflito teve início em outubro de 2023 após um ataque inédito do Hamas em território israelense. Mas Washington não tem pressionado Israel, a quem apoia diplomática e militarmente, a um cessar-fogo imediato no Líbano, onde ataca alvos do grupo Hezbollah. "No final, queremos ver um cessar-fogo", disse Miller. "Queremos uma resolução diplomática que permita aos civis de Israel e do Líbano retornarem para suas casas", acrescentou.

Miller afirmou que os Estados Unidos estavam pressionando Israel para evitar um "dano extenso" no Líbano. "Deixamos claro que a campanha [militar] que estão realizando no Líbano não deve, não pode se assemelhar à campanha que executaram em Gaza."

Novo líder do Hezbollah diz que grupo continuará no caminho da guerra

Naim Qassem, novo chefe do Hezbollah Imagem: Mohamed Azakir / Reuters

O chefe do Hezbollah, Naim Qassem, afirmou que o grupo continuará no caminho da guerra. Em seu primeiro discurso como líder do grupo libanês nesta quarta-feira (30), Qassem disse que o grupo estava envolvido num "grande projeto" que não era puramente uma "guerra israelenese no Líbano e em Gaza", mas sim uma "guerra de Israel, dos Estados Unidos e da Europa, guerra mundial."

"Continuaremos nosso plano de guerra dentro das estruturas políticas delineadas. Permaneceremos no caminho da guerra. Podemos continuar a lutar por dias, semanas e meses", afirmou Naim Qassem.

Ele não descartou um possível cessar-fogo. Mas alertou que será difícil chegar a um consenso entre o Hezbollah e Israel. "Se os israelenses decidirem que querem parar a guerra, dizemos que aceitamos. Mas com as condições que considerarmos adequadas. Até agora não há nenhuma proposta que Israel aceite para nos ser oferecida para discussão", afirmou em discurso.

Israel intensificou os bombardeios contra posições do Hezbollah no Líbano desde 23 de setembro. Paralelamente, uma ofensiva terrestre lançada em 30 de setembro no sul do país. Israel afirma que quer neutralizar o grupo xiita nesta região fronteiriça para permitir o retorno de 60 mil habitantes do norte do país que foram deslocados pelos disparos de foguetes do grupo libanês há mais de um ano.

Pelo menos 1.754 pessoas morreram no Líbano desde 23 de setembro nas operações terrestres e aéreas de Israel.

*Com AFP

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