'Nunca fiquei tanto na fila', diz brasileira que vota na Flórida há 14 anos
A brasileira Cláudia Madeiro, 52, vota há 14 anos na Flórida, nos Estados Unidos, afirmou que nunca enfrentou uma fila tão longa como nesta terça-feira (5), dia em que eleitores vão às urnas para escolher o próximo presidente dos EUA.
O que aconteceu
Cláudia se mudou para os EUA em 1999 e abriu uma agência de viagens. Ela mora em Winter Garden, cidade vizinha a Orlando. Na manhã de hoje, a brasileira deixou o trabalho e foi até a seção eleitoral votar.
Brasileira diz que nunca enfrentou uma fila tão longa. Cláudia aguardou por uma hora e meia para conseguir votar. "Voto nesse lugar há mais de dez anos e essa é a eleição que estou vendo mais gente, nunca fiquei tanto tempo na fila", disse.
Ela conta que sempre gosta de votar no dia da eleição. "Gosto de ver o quanto as pessoas tiram um pouco do tempo para sair de casa e fazer algo que é facultativo. Penso que elas vêm porque sentem a necessidade de dar o seu voto no que pensam ser o melhor candidato".
A empresária considera "gratificante" participar do processo eleitoral. "Acho super importante mesmo sendo brasileira. Afinal esse é o país que escolhi para viver com a minha família. Meu filho nasceu aqui. Exercer a minha cidadania pra mim é muito gratificante. Desde que cheguei aqui, sempre fui bem acolhida, então me sinto um pouco retribuindo todas as oportunidades que tenho e tive desde que cheguei".
Cenário é incerto
Votação antecipada para presidente começou em 17 de outubro. As urnas foram abertas inicialmente na Carolina do Norte, apenas algumas semanas após o furacão Helene devastar o oeste do Estado. Esse método de votação antecipada existe para facilitar o acesso ao voto e aumentar a taxa de participação. A maioria dos estados adota, mas cada um tem suas regras e prazos.
Kamala e Trump disputam cada voto, e pesquisas mostram empate. Os candidatos aparecem empatados dentro da margem de erro em todos os estados considerados decisivos, os chamados estados-pêndulos. Kamala saiu na frente nas primeiras pesquisas, mas na reta final Trump se recuperou, então ficou difícil prever o resultado.
A grande surpresa dos últimos dias foi o voto feminino no Iowa. Uma pesquisa divulgada no sábado (2) mostra Kamala liderando as intenções de voto em Iowa, impulsionada pelo voto feminino, especialmente de mulheres idosas. Isso seria uma reviravolta no estado tradicionalmente republicano. Em 2016, Trump venceu ali por mais de nove pontos percentuais e, em 2020, por oito pontos. Kamala tem 47% das intenções de voto contra 44% de Trump, segundo a pesquisa Selzer, encomendada pelo jornal Des Moines Register e considerada respeitada e com bom índice de acertos.
O foco dos candidatos é a Pensilvânia. O estado-pêndulo que pode definir o próximo presidente por seu peso eleitoral, representatividade demográfica e eleitorado imprevisível —os outros estados chamados roxos são Michigan, Wisconsin, Geórgia, Carolina do Norte, Arizona e Nevada. Segundo o U.S. News, dez dos últimos 12 presidentes eleitos venceram na Pensilvânia, reforçando seu papel de "termômetro eleitoral" para a vitória eleitoral. Pensilvânia possui pluralidade demográfica que a torna um "microcosmo" dos EUA.
Campanha foi marcada por atentado a tiro contra Trump. O republicano foi baleado durante comício na Pensilvânia, uma atingiu de raspão na orelha do ex-presidente. Um apoiador acabou morto. O atirador foi morto no local pelo Serviço Secreto.
Kamala entrou na disputa apenas em agosto. O Partido Democrata decidiu substituir o atual presidente, Joe Biden, que tentava a reeleição, em decorrência do desempenho ruim no primeiro debate e em meio a especulações sobre as capacidades do democrata, que tem 81 anos.