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Negra e asiática, Kamala Harris busca ser a 1ª mulher presidente dos EUA

Do UOL, em São Paulo

05/11/2024 05h30Atualizada em 05/11/2024 16h06

A democrata Kamala Harris tenta se tornar a primeira mulher presidente dos Estados Unidos, além de primeira mulher negra e primeira asiática-americana a assumir o cargo mais alto da política americana. Conheça a candidata.

Quem é Kamala Harris

Kamala Harris ri durante evento em Indiana Imagem: Scott Olson - 24.jul.2024/AFP

Filha de pais imigrantes — mãe indiana e pai jamaicano —, Kamala nasceu em Oakland, na Califórnia, em 1964. Ela foi criada principalmente pela mãe, uma ativista de direitos civis e pesquisador.

Thulasendrapuram, um vilarejo no sul da Índia, parou para rezar para ela no dia da eleição em 2020. O avô materno dele nasceu na cidade, que fica a cerca de 350 km ao sul da capital regional Chennai, de onde veio Shyamala Gopalan, mãe de Harris, revelou reportagem do New York Times.

Lá, quando criança, ela costumava acompanhar seu avô, que serviu como diplomata, em sua caminhada habitual na praia com seus amigos aposentados. Ela conversava com eles sobre política, igualdade de direitos e corrupção, como ela lembrou em um discurso no ano de 2018.

Eu não tinha consciência disso na época, mas foram aqueles passeios na praia com meu avô em Besant Nagar que tiveram um impacto profundo em quem eu sou hoje.
Kamala Harris

Durante a campanha ao lado do presidente Joe Biden, a origem mista de Harris foi apontada como possível obstáculo para ter apoio dos eleitores negros. Sobre isso, ela afirmou em 2019 ao The Washington Post que políticos não devem ser estereotipados por sua cor ou ascendência. "Eu sou quem eu sou. Estou de bem com isso."

Harris cursou o ensino médio no Canadá. Em seguida, voltou para os EUA para estudar ciências políticas e economia, em Washington, DC. Em 1986, voltou para seu estado natal, a Califórnia, para estudar direito.

Ela foi a primeira mulher, negra e sul-asiática americana a tornar-se procuradora-geral da Califórnia, em 2011. Aprovada no exame da Ordem dos Advogados em 1990 e fez carreira como promotora pública até alcançar o posto.

A carreira de Harris como promotora teve altos e baixos. Ela se autodenominava a "melhor policial" da Califórnia, mas irritou parte da polícia com sua recusa em aplicar a pena de morte contra um acusado de matar um policial. Ao mesmo tempo, foi criticada por uma fraca atuação contra a corrupção dentro das forças policiais.

Em 2017, tornou-se a segunda mulher negra a tomar posse no Senado. Ela entrou na política em 2015, quando concorreu ao Senado, com apoio de Biden e do então presidente Barack Obama.

Em 2019, lançou campanha no partido Democrata para a sua indicação presidencial. À época, Biden foi seu oponente. Ela desistiu da disputa e apoiou Biden, que mais tarde a convidou para ser sua vice-presidente. A chapa foi eleita à presidência dos EUA em novembro de 2020.

Ao ser eleita, fez história mais uma vez e tornou-se a primeira mulher, a primeira pessoa negra e a primeira pessoa de origem indiana a tomar posse como vice. Em seu 1º discurso, destacou que seria a primeira mulher vice-presidente dos EUA, mas que não seria a última.

Assumiu após desistência de Biden

Harris não participou primárias, mas se tornou candidata democrata. Após uma apresentação desastrosa no debate presidencial, Joe Biden se afastou da corrida eleitoral e lançou a vice-presidente para a disputa. Bill Clinton, Barack e Michelle Obama foram alguns nomes que a apoiaram.

Candidata bateu recorde de arrecadação. Nas 24 horas seguintes à indicação de Biden, a campanha de Kamala arrecadou US$ 81 milhões em doações, o maior total diário de qualquer candidato presidencial na história.

Discursos de Harris se dividiram entre propostas e ataques a Trump. A candidata reservou boa parte de seus comícios para responder críticas feitas pelo adversário, mas também para provocá-lo sobre sua idade, planos políticos e seriedade.

Em falas sobre economia, democrata focou em classe média. O principal item do plano de governo é o projeto "New Way Forward" (Novo Caminho), cujo principal objetivo é reduzir custos cotidianos e melhorar o acesso à saúde no país, que não é gratuita.

Campanha nas redes sociais mirou em voto jovem. A equipe da democrata entendeu que as redes sociais eram a melhor maneira de se aproximar do novo eleitorado, e passou a usar o TikTok como uma das principais maneiras de comunicação.

Conta de campanha tem 4,8 milhões de seguidores. No TikTok, a conta @KamalaHQ adequou a candidata às tendências, criticou Trump e usou linguagem jovem para captar eleitores recém-registrados.

Único debate com Trump ficou marcado por postura irônica de Harris. A democrata pareceu não se incomodar com os constantes ataques do ex-presidente, e até mesmo riu. Na imprensa americana, ela foi considerada a vencedora do encontro, realizado pela ABC News.

*Com EFE, AFP, Deutsche Welle

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