Biden, Lula, Macron, Milei e mais líderes parabenizam Trump: 'Voz do povo'
Do UOL, em São Paulo, e colunista do UOL, em Nova York
06/11/2024 05h14Atualizada em 06/11/2024 20h10
O presidente Lula (PT), o atual mandatário dos Estados Unidos, Joe Biden, e outros líderes internacionais parabenizaram publicamente Donald Trump pela vitória projetada pela imprensa norte-americana na disputa pela Presidência dos EUA.
O que aconteceu
Lula afirmou que a democracia é a voz do povo e deve ser respeitada. Ele também desejou sorte ao novo governo em mensagem na rede social X. "O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade".
Antes das eleições americanas, o presidente brasileiro tinha revelado publicamente sua torcida por Kamala. "Acho que, [com] a Kamala Harris ganhando as eleições, é muito mais seguro de a gente fortalecer a democracia nos Estados Unidos", declarou o petista, em entrevista ao canal francês TF1+. O presidente tem boa relação com o democrata Joe Biden.
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O atual mandatário dos EUA ligou para Trump para parabenizá-lo pela vitória. O democrata convidou o vencedor da disputa para ir à Casa Branca e discutir a transição de governo. Segundo a Casa Branca, a equipe da atual gestão deve organizar uma data "em um futuro próximo". Em julho, Biden desistiu da disputa contra Trump e apoiou o nome de Kamala para a disputa.
O presidente da França, Emmanuel Macron, falou em trabalhar junto com o republicano. "Pronto para trabalharmos juntos como fizemos por quatro anos. Com suas convicções e as minhas. Com respeito e ambição. Por mais paz e prosperidade".
Javier Milei, presidente da Argentina, comemorou a vitória de Trump. "Faça a América grande novamente. Você sabe que pode contar com a Argentina para executar sua tarefa".
Justin Trudeau, primeiro-ministro canadense, parabenizou Trump e afirmou que amizade entre Canadá e EUA causa "inveja no mundo". Em seu primeiro mandato, Trump chamou Trudeau de "fraco" e "desonesto" e ameaçou impôr tarifas sobre carros e adotou taxas sobre o aço. Meses depois, Trudeau declarou que trabalhar com Trump "nem sempre é fácil".
Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, disse estar "ansioso" para trabalhar com Donald Trump. "Estamos lado a lado na defesa dos nossos valores partilhados de liberdade, democracia e negócios. Do crescimento e da segurança à inovação e à tecnologia, sei que a relação especial entre o Reino Unido e os EUA continuará a prosperar".
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, reforçou o discurso de Trump sobre o "maior retorno da história". "Seu retorno histórico à Casa Branca oferece um novo começo para a América e um poderoso compromisso com a grande aliança entre Israel e a América".
Governo chinês parabenizou Trump em nota oficial. "Nós respeitamos a escolha do povo americano e expressamos nossas felicitações ao senhor Trump". Estrategistas dizem que Pequim está se preparando para uma amarga rivalidade entre as superpotências.
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, foi outro líder internacional a se parabenizar Trump. "Lembro-me do nosso grande encontro com o presidente Trump em setembro, quando discutimos em detalhes a parceria estratégica Ucrânia-EUA, o Plano de Vitória e maneiras de pôr fim à agressão russa contra a Ucrânia".
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que os EUA e a Itália são nações "irmãs". "A Itália e os Estados Unidos são nações 'irmãs', ligadas por uma aliança inabalável, valores comuns e uma amizade histórica. É um vínculo estratégico, que estou certo que iremos agora reforçar ainda mais. Bom trabalho, presidente". Na noite desta quarta, Meloni ligou para o republicano e conversou sobre o desejo de trabalhar em coordenação com os EUA em assuntos internacionais.
Outros líderes internacionais também parabenizaram o republicano pela projeção de vitória (veja mais abaixo). Entre eles, Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha, Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
Líderes de organizações
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também emitiu um comunicado propondo trabalhar em "cooperação" com o novo governo de Donald Trump. "Elogio o povo dos Estados Unidos da América por sua participação ativa no processo democrático. Parabenizo o presidente eleito Donald J. Trump e reafirmo minha crença de que a cooperação entre os Estados Unidos e as Nações Unidas é um pilar essencial das relações internacionais", afirmou. Em 2016, a relação entre Guterres e Trump viveu um abalo, depois que o americano retirou recursos da ONU e passou a atacar a instituição.
O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Mark Rutte, reforçou a aliança com a entidade. "Sua liderança será novamente a chave para manter nossa aliança forte. Estou ansioso para trabalhar com ele novamente para promover a paz através da força através da Otan".
Na campanha, Trump chegou a dizer que incentivaria os russos a fazerem "o que quiser" com aliados da Otan que não pagam pela defesa conjunta. Os aliados ocidentais também temem que uma presidência do republicano signifique uma redução da ajuda militar à Ucrânia por parte dos Estados Unidos, que impulsionou o apoio de toda a Otan a Kiev e foi seu maior apoiador.
'Era de ouro dos EUA'
Donald Trump disse, na madrugada desta quarta-feira (6), que inaugurará uma "era de ouro nos EUA". Ele iniciou o discurso em um centro de convenções na Flórida após a emissora Fox News projetar sua vitória.
O republicano também disse que irá "curar" os EUA. "Vamos ajudar nosso país a se recuperar. Nosso país precisa de ajuda, precisa muito. Vamos resolver nossa fronteira e todos os outros problemas".
Trump ressaltou a vitória do Partido Republicano no Senado, que voltou a comandar a casa. "Os EUA nos deu um mandato poderoso. Voltamos a controlar o senado", disse ele, que ainda destacou a possibilidade de que mantenha o controle sobre a Câmara dos Deputados.
"Foi aparentemente o maior movimento político de todos os tempos", disse Trump. Ele se referia ao movimento "Faça a América Grande Novamente" (Maga, na sigla em inglês).
Num discurso improvisado, o presidente eleito ainda defendeu que Elon Musk, dono do X, seja "protegido". "Temos de proteger nossos gênios, não temos tantos deles", afirmou Trump.
Após instrumentalizar ódio em sua campanha, Trump agora indicou que está "na hora de reunir" o país. Ele falou em "colocar um fim às divisões dos últimos quatro anos". Indicando que não vai começar nenhuma guerra, Trump ainda lembrou dos atentados e ameaças que sofreu. "Deus me salvou por um motivo", disse.
O vice na chapa, JD Vance, também discursou no evento. Ele destacou a "maior volta política da história dos EUA" e prometeu que haveria a "maior recuperação econômica da história".