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Brasileiros estão 'presos' em aeroporto da Guatemala: 'Sem sol há 4 dias'

Dois brasileiros estão há quatro dias retidos no aeroporto La Aurora, na Guatemala, após serem barrados de entrar no país. Eles chegaram de Brasília na manhã de sexta-feira (15), e planejavam passear por quatro cidades.

O que aconteceu

Passaportes foram confiscados. Segundo Lucas Alves, os agentes de imigração disseram a ele e a seu amigo João Victor Sousa, ambos de 25 anos, que foram identificadas "inconsistências nas informações".

Outros dois amigos que viajavam com eles conseguiram entrar no país. "Todos os quatro trabalham, têm emprego, estudam", disse Lucas ao UOL. "O mínimo de pesquisa que eles fizerem dá para ver que estamos regulares", acrescentou.

Ele conta que, junto com João, foi encaminhado a uma espécie de abrigo dentro do aeroporto com outras pessoas impedidas de entrar na Guatemala. "É um lugar completamente improvisado, do lado do controle de imigração. Camas no chão, lugar sujo, cheio de barata, colchões velhos. Estamos há dias sem ver o sol", afirmou ao UOL. Eles não podem tomar banho, mas têm acesso a um banheiro para as necessidades básicas.

Uma das camas colocadas no chão para as pessoas no abrigo
Uma das camas colocadas no chão para as pessoas no abrigo Imagem: Arquivo pessoal

Os dois tentaram adiantar a passagem de volta, programada para o dia 29, ou embarcar em um novo voo, mas não conseguiram. "A imigração fala que a responsabilidade do voo de volta seria da companhia aérea, só que eles não dão nenhum posicionamento".

Segundo o estudante, os agentes do aeroporto disseram a eles que a Copa Airlines informou que não havia voos disponíveis. Lucas afirmou que, após a repercussão do caso, uma representante da Embaixada do Brasil na Guatemala foi ao local, mas também foram informados que o retorno é de responsabilidade da empresa.

O brasileiro disse que há cerca de dez outras pessoas no local, de outros países, que também teriam desembarcado de voos da Copa Airlines. "Eu quero voltar para casa. Estamos apreensivos, ansiosos. Só queríamos uma resposta dizendo quando vamos voltar", lamenta.

"Minha mãe só falta morrer", afirmou Lucas. "Meus pais foram ao Itamaraty para conseguir informações, mas não foram recebidos", acrescentou.

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Procurado pelo UOL, o Ministério das Relações Exteriores disse que acompanha o caso desde o sábado (16), quando foi notificado. "Desde então, está em contato com os brasileiros, prestando-lhes assistência consular. Está, ainda, em contato com as autoridades locais".

A reportagem tenta contato com a companhia aérea e o governo da Guatemala. Assim que houver resposta, o texto será atualizado.