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Argentina retira oficiais da missão de paz da ONU no Líbano

A Argentina notificou a missão de paz da ONU no Líbano que retirou três de seus oficiais do país árabe, sob constantes ataques israelenses, segundo confirmado nesta terça-feira (19) por um porta-voz das Nações Unidas.

O que aconteceu

"Argentina pediu a seus oficiais que voltassem", disse Andrea Tenenti, representante da Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano). A declaração foi em resposta à pergunta de um jornalista sobre a reportagem de um jornal. Ele se recusou a comentar o motivo da retirada dos agentes, encaminhando a pergunta ao governo argentino.

Decisão argentina ocorre em meio à intensificação de conflito no país do Oriente Médio. Os ataques israelenses se intensificaram no último domingo (17) no sul do Líbano e nos arredores da capital, Beirute. As autoridades suspenderam as aulas nesta segunda (18) e terça-feira (19) em escolas e universidades públicas e particulares da capital libanesa.

Retirada de oficiais argentinos acontece após Javier Miliei propor aliança com Israel e outros países ocidentais. Em discurso na última sexta-feira (15) na Flórida, o presidente da Argentina propôs a criação de uma aliança militar, econômica e diplomática para "salvar o Ocidente" e "combater o socialismo". Segundo ele, o pacto deveria ter os EUA no Norte, a Argentina no Sul, a Itália na Europa, e Israel como "sentinela" no Oriente Médio. A escolha dos países pelo ultraliberal não ocorre por acaso. Cada um deles é liderado pela extrema direita.

Fala de Milei ocorreu enquanto ONU votava, em Nova York, resolução para garantir autodeterminação do povo palestino. Apenas seis países no mundo votaram contra, entre eles Israel, Argentina e Estados Unidos.

Exército israelense iniciou a segunda fase de ofensiva terrestre no Líbano em 6 de novembro. Os confrontos começaram em outubro de 2023, quando o Hezbollah abriu uma frente para apoiar o movimento palestino Hamas, cujo ataque contra Israel desencadeou na ofensiva em Gaza que já vitimou mais de 42 mil pessoas no território palestino.

Mais de 3.500 pessoas, incluindo mais de 200 crianças, morreram no Líbano desde outubro de 2023. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde libanês na segunda-feira (18).

Com Reuters*

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