Jatos russos e sírios bombardeiam noroeste da Síria após tomada de Aleppo

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Jatos russos e sírios voltaram a bombardear o noroeste da Síria nesta segunda-feira, deixando pelo menos 25 mortos, segundo o serviço de resgate da oposição a Bashar Al Assad, conhecido como Capacetes Brancos.

Os ataques ocorreram após o regime sírio perder o controle da segunda maior cidade do país, Aleppo, tomada por uma coalizão de grupos rebeldes no fim de semana. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, os rebeldes liderados pelo grupo Hayat Tahrir al Sham (HTS), ex-afiliado à Al Qaeda, dominam quase toda a cidade, à exceção dos bairros sob controle curdo.

A perda de controle de Aleppo é um duro golpe para o regime do presidente Al Assad, que vê seus principais aliados, Rússia, Irã e Hezbollah, engajados em outros conflitos e enfraquecidos.

Mundo sem água

Secas prolongadas serão cada vez mais frequentes e estão se tornando a "nova normalidade para bilhões de pessoas". A afirmação está no Atlas Mundial das Secas da ONU, lançado hoje para coincidir com a abertura da COP16 sobre degradação da terra e desertificação, realizada na Arábia Saudita.

De acordo com o estudo, até 2050, três em cada quatro pessoas serão afetadas de alguma forma pelas secas. Os pesquisadores alertam que as secas são "menos visíveis e atraem menos atenção do que eventos repentinos, como enchentes e terremotos", mas não devem ser subestimadas. Além do impacto sobre as pessoas, o fenômeno tem efeitos na produção de energia e de alimentos, no comércio global e em setores como o de transporte.

"Apocalipse" em Gaza

O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou hoje a situação na Faixa de Gaza como "terrível e apocalíptica" e disse que as condições enfrentadas pelos palestinos podem constituir "crimes internacionais da maior gravidade".

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Segundo Guterres, Gaza tem agora "o maior número de crianças amputadas per capita do mundo", com "muitas perdendo membros e sendo submetidas a cirurgias sem anestesia".

A ofensiva israelense, iniciada após os ataques do Hamas a Israel de 7 de outubro de 2023, já deixou 44.466 mortos em Gaza, segundo os dados do Ministério da Saúde do território, que a ONU considera confiáveis.

Indústria bélica em alta

A venda de armas e serviços militares das 100 maiores empresas do setor cresceu 4,2% em 2023, segundo relatório do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI). O setor faturou US$ 632 bilhões e, pela primeira vez, todas as companhias da lista tiveram uma receita superior a US$ 1 bilhão cada.

Segundo o SIPRI, o crescimento foi impulsionado pelos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio e pela alta na tensão na Ásia, e ocorreu apesar de as empresas ainda sofrerem com problemas na cadeia de fornecimento causados pela pandemia. "É provável que [esse aumento notável] continue em 2024", afirmou Lorenzo Scarazzato, pesquisador citado no estudo.

Milhares protestam pelo quarto dia em Tbilisi, Geórgia, contra a decisão do governo de adiar discussões sobre entrada do páis na União Europeia
Milhares protestam pelo quarto dia em Tbilisi, Geórgia, contra a decisão do governo de adiar discussões sobre entrada do páis na União Europeia Imagem: Giorgi Arjevanidze/AFP
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Biden perdoa filho

O presidente Joe Biden assinou nesse domingo o indulto presidencial ao filho Hunter Biden nos processos em que ele se declarou culpado de crimes financeiros e foi condenado por posse ilegal de armas e por mentir sobre seu uso de drogas ao pedir a licença para comprá-las.

Com a decisão, Hunter não corre mais o risco de ser preso. Biden havia prometido não perdoar o filho, mas disse ter mudado de ideia ao sentir que Hunter havia sido "processado seletiva e injustamente". Trump qualificou a medida de "um abuso e uma deturpação da justiça".

A ex-promotora federal Sarah Krissoff disse à BBC que há "muita verdade" nas alegações de Biden. "É muito incomum acusar [criminalmente] alguém por essa infração de arma", disse. "E crimes fiscais geralmente são resolvidos com algum tipo de acordo civil com a Receita Federal."

Trump ameaça o Brics

Donald Trump ameaçou impor uma sobretaxa de 100% sobre a importação de produtos dos países dos Brics, caso o bloco crie ou apoie outra moeda para substituir o dólar.

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"Precisam encontrar outro idiota! Não há chance do Brics substituir o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar fazer isso deverá dizer adeus aos Estados Unidos", escreveu Trump em sua rede social, Truth.

Na última reunião de cúpula dos Brics, na Rússia, em outubro, o presidente Lula chegou a defender a criação de uma moeda comum ou de um sistema de compensação financeira dos países do grupo, mas as discussões ainda são incipientes.

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